Igreja portuguesa desvalorizou "Código da Vinci" para evitar polémicas

A Igreja Católica portuguesa explicou hoje que optou por desvalorizar "o fenómeno `Código Da Vinci`", filme adaptado da obra com o mesmo nome, para evitar polémicas que trouxessem para o campo religioso algo sem qualquer relação.

Agência LUSA /

A posição foi hoje expressa por D.Manuel Clemente, presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, num encontro com jornalistas a propósito do Dia Mundial das Comunicações Sociais, que se comemora no domingo.

Numa altura em que a estreia, na quinta-feira, do filme "O Código Da Vinci" relançou a polémica sobre as ideias relativas à Igreja contidas no livro e transpostas para a tela, o responsável diz que a questão foi muito debatida e que os responsáveis da Igreja em Portugal se interrogaram sobre a resposta a dar.

"O Código Da Vinci", baseado na obra homónima do escritor norte-americano Dan Brown, é dirigido por Ron Howard e interpretado pelos actores Tom Hanks e Audrey Tautou, entre outros.

O filme, como o livro, afirma que Jesus teria tido filhos com Maria Madalena, facto que teria sido escondido pela Igreja Católica.

A organização católica Opus Dei "deu a cara" nas críticas quer ao livro quer ao filme, e muito bem segundo D.Manuel Clemente, mas a hierarquia da Igreja limitou-se a fazer uma referência na Agência Ecclesia, a agência oficial.

Hoje, o bispo explicou que foi deliberada e ponderada tal posição, procurando assim desvalorizar o fenómeno e "não alimentar uma polémica artificial", procurando evitar "o empolamento do fenómeno", que afinal até é "um sub-produto" cultural e com créditos que "não merece".

Francisco Perestrelo, que faz parte da mesma comissão, disse que o filme está apoiado numa grande campanha de marketing mas que não tem na verdade um grande valor e não passa de um filme de entretenimento, como o próprio realizador já disse.


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