Ao longo desta semana, o país viu imagens de desumanidade de imigrantes que vivem em Portugal. Ouviu relatos de como as mafias de tráfico de pessoas abordam empresários portugueses a quem propõem fortunas para colaborarem neste esquema criminoso.
Na base deste drama humanitário está uma alteração à lei de imigração feita em 2017 que transformou Portugal numa fábrica de legalização de imigrantes na Europa.
Uma lei negociada entre PS, Bloco de Esquerda e PCP que mereceu a crítica imediata do SEF e levou mesmo a demissão da então diretora nacional do serviço que o governo quer agora extinguir.
Luisa Maia Gonçalves demitiu-se depois de ter verificado que logo após a aprovação da lei o sistema de autorização de residência entrou em colapso com um volume de processos impossíveis de fiscalizar.
O resultado está a vista. Em 2016, o SEF recebia 52 pedidos de legalização de imigrantes por dia. Hoje, em plena pandemia, regista 313, todos os dias, ou seja 13 por hora.
Em 2017, o SEF atribuía diariamente 14 títulos de residência. Em 2020, concedeu em média 110. Empresários, autarcas e inspetores. todos admitem que o mercado português não suporta estas entradas diárias de imigrantes.
Odemira é apenas a ponta de um iceberg que está por todo o país, em várias casas e empresas, moradas fictícias de milhares de imigrantes que usam Portugal como porta de entrada da Europa.