Médicos dizem "não" à substituição de medicamentos nas farmácias

A Ordem dos Médicos (OM) não aceita que os médicos autorizem a substituição, pelo farmacêutico, do medicamento receitado por um genérico. Numa resposta às novas medidas do Governo para o sector a OM vai aconselhar os médicos a agirem nesse sentido.

RTP Multimédia /

Para a OM, o acto de prescrição implica "responsabilidade" por parte do médico que deve ter em conta a relação custo/benefício do fármaco, pelo que não faz sentido que a receita possa ser depois alterada na farmácia.

Em oposição às novas medidas para o sector, Germano de Sousa, bastonário da OM, lembrou que o apoio dos médicos à promoção dos genéricos é incondicional, uma vez que se trata de um "objectivo útil e socialmente ajustado", mas o mesmo já não acontece com a ideia de aumentar a quota de mercado destes medicamentos a todo o custo.

A OM critica igualmente a definição da comparticipação do Estado em função de um preço fixo, tendo por referência o genérico mais caro, outra medida aprovada no Conselho de Ministros desta quinta-feira. Os médicos lembram os efeitos perversos da aplicação desta medida em outros países e alertam para a possibilidade de conduzir "ao aumento da factura a pagar pelo doente em medicamentos imprescindíveis".
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