Manuel Pinho foi convocado ao DCIAP, Departamento Central de Investigação e Ação Penal. Acabou por não ser interrogado pelos procuradores no âmbito do processo EDP, já que o Ministério Público deu sem efeito a diligência prevista. A Procuradoria-Geral da República argumenta que tal se deveu ao facto de o advogado de defesa ter suscitado o incidente de recusa dos magistrados designados para dirigir o inquérito.
A PGR aponta este requerimento como a razão para o magistrado do Ministério Público dar “sem efeito a diligência designada, a fim de o incidente de recusa ser apreciado pelo imediato superior hierárquico (Diretor do DCIAP)”.
A informação de que Manuel Pinho não tinha sido afinal interrogado no DCIAP tinha sido avançada aos jornalistas pelo advogado Ricardo Sá Fernandes, à saída das instalações. O advogado não quis, no entanto, revelar a razão para que o interrogatório não fosse realizado. Considerou apenas que as razões processuais que levaram à desmarcação da diligência eram “compreensíveis” e que concordava com a decisão tomada pelo Ministério Público.
Ricardo Sá Fernandes argumentou ainda discordar da data da inquirição, no mesmo dia em que Manuel Pinho seria ouvido no Parlamento. O antigo ministro vai responder às perguntas dos deputados na comissão de inquérito sobre as opções políticas que tomou no governo de José Sócrates. De fora ficam as perguntas relativas à matéria que está a ser investigada no âmbito do processo EDP/CMEC.