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Iniciativa Liberal questiona MNE sobre protestos em Angola: "O povo perdeu o medo"
A Iniciativa Liberal quer saber de que forma está o Governo português a acompanhar a "situação de segurança" em Luanda e a "proteção" da comunidade portuguesa em Angola, na sequência dos violentos protestos na capital angolana e que se seguiram à greve decretada pelos taxistas.
Foto: José Sena Goulão - Lusa
Ouvido pela Antena 1, Rodrigo Saraiva, deputado da IL, assinala que é importante garantir uma resposta rápida dos serviços consulares.
"Aquilo que é preciso garantir - e estamos certos de que o Governo e os serviços do Ministério dos Negócios Estrangeiros estão neste momento ativos para acompanhar a situação e para tomar as decisões em consequência da informação que vão recolhendo - é que, quando acontecem situações em que o ambiente político e social é aquele que estamos a ver em Angola, que seja garantido que os nossos serviços consulares são ágeis a comunicar diretamente ou a poderem responder aos portugueses que vivem nestes países", disse.
Para o também vice-presidente da Assembleia da República, o Governo português tem de garantir que os serviços consulares junto dos portugueses que estão em Angola "estão a funcionar e habilitados a responder" em situações limite: "Obviamente que é preciso garantir todos os possíveis planos de evacuação no caso de haver uma escalada da situação. Portanto, é isso que nós queremos garantir".
Até ao momento, de acordo com as autoridades angolanas, o balanço dos protestos nas ruas é de quatro mortos e mais de 500 detenções.
Rodrigo Saraiva defende ainda que o Governo português não pode passar ao lado dos motivos que estão na origem dos protestos e pede atenção à dinâmica dos movimentos políticos e sociais na região.
"Politicamente, é muito importante que haja da parte dos governos portugueses a compreensão para a luta dos povos que está a existir. A situação de Angola não é a papel químico daquela a que assistimos há pouco tempo em Moçambique, mas existem algumas parecenças e aquilo que nós estamos a ver é que há todo um povo que perdeu o medo. E, quando perde o medo, protesta", afirmou o deputado, que insiste: "Aquilo que nós desejamos é que o direito ao protesto exista, mas que estes protestos sejam pacíficos".
Na pergunta enviada ao MNE, a Iniciativa Liberal pede ao Governo que esclareça que contactos tem mantido com as autoridades angolanas e com parceiros europeus sobre a situação em Angola e, em particular, em Luanda.