Instituto Confúcio ensina mandarim a crianças e jovens

O Instituto Confúcio da Universidade do Minho já começou a dar aulas de chinês a alunos do ensino básico e secundário em três escolas de Braga, Porto e Paredes, disse hoje à Lusa Sun Lam, uma das responsáveis da instituição.

Agência LUSA /

A docente adiantou que o ensino extracurricular da língua chinesa abrange sete turmas, de seis a 15 alunos cada, com idades a partir dos seis anos.

Sun Lam e Luís Cabral, gestores do instituto, revelaram que as aulas decorrem nos colégios Luso-Internacional, de Braga, Rosário, do Porto, e na Casa da Mãe, de Paredes, havendo já outros estabelecimentos de ensino públicos interessados em introduzir o ensino de chinês no próximo ano lectivo.

"Os alunos do ensino básico e do secundário já começam a aprender a ler e a escrever com os caracteres chineses e a imitar as tonalidades da língua", salientou Sun Lam, frisando que o ensino está a ser feito com apoio de métodos multimédia desenvolvidos na Universidade do Minho (UM).

A prática do chinês - assegura a docente - ajuda os jovens a serem "mais imaginativos, criativos e até mais maduros, dado que ampliam a sua cultura e os seus conhecimentos".

As aulas de chinês nas escolas - acrescentou Sun Lam - permitirão a elaboração de um compêndio específico para alunos do ensino básico, bem como de ferramentas pedagógicas e de multimédia, a exemplo das que foram desenvolvidas para os alunos universitários.

O Instituto Confúcio, da UM, o único activo em Portugal, dedica-se ao ensino do mandarim, à difusão da cultura e da arte chinesas e à ligação ao meio empresarial.

A sua instalação em Braga resulta de uma parceria entre o Gabinete Nacional de Divulgação do Chinês no Mundo e a UM.

Sun Lam frisou que, "a médio prazo, a intenção do Governo chinês é a de conseguir introduzir o ensino do mandarim ao nível do secundário em Portugal".

Os dois docentes, responsáveis pelo arranque do ensino do chinês na instituição em 1991, sublinham que o Instituto funciona em cooperação com a licenciatura em Estudos Orientais do Instituto de Letras e Ciências Humanas, onde se ensina chinês e japonês a 50 alunos.

Nesta área, será lançado um Mestrado em Estudos Chineses, no ano lectivo 2007/8, dado por dois docentes com doutoramento e três mestres da UM, com a colaboração de professores vindos do Reino Unido e da própria China.

Para além da divulgação da língua e da cultura chinesas, o instituto realiza outras actividades, como sucede com o seminário que arranca a 11 de Abril, sobre o "Estado e Economia na China Contemporânea", ministrado, durante três dias, por Tomothy Wright, sinólogo da Universidade de Sheffield, Inglaterra.

Este seminário insere-se num ciclo de conferências sobre a realidade actual do "Império do meio", estando já programado um outro, para Maio, sobre "Confúcio, a China e o mundo de hoje", ministrado por um dos descendentes do filósofo chinês.

Para o mesmo mês, está agendado um outro curso, dirigido a empresários, preparado em cooperação com a APGEI, Associação Portuguesa de Gestão e Engenharia Industrial, com sede no Porto.

A sua acção passa, também, por cursos de carácter mais técnico como o de "Chinês para turismo" que se iniciou em 2006 e se prolonga por dois anos.

As instalações provisórias do Instituto Confúcio foram visitadas, em 2005, pelo primeiro-ministro da República Popular da China, acto a que se seguiu a assinatura de um protocolo com a Universidade de Línguas Estrangeiras de Tianjin.

A Universidade do Minho mantém, há pelo menos uma década, cooperação com universidades chinesas e com o governo chinês, através do Han Ban - Gabinete de Apoio ao Ensino do Chinês como Língua Estrangeira, do Ministério de Educação da China.

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