Mas como olhamos mesmo para a inteligência artificial? Um estudo da DE-CIX, operadora líder mundial de Internet Exchange (IX), procurou saber mais sobre como os portugueses encaram esta ferramenta digital. Sete em cada dez inquiridos acreditam que a IA pode
melhorar a eficiência, mas não deve substituir totalmente os
trabalhadores humanos.
De acordo com um estudo realizado pela Netsonda, para a DE-CIX, quase 90 por cento dos inquiridos afirmam que a IA tornou as suas vidas mais fáceis, destacando a rapidez na obtenção de informação (74 por cento) e a automatização de tarefas (57 por cento) como principais benefícios.
Entre os sectores que abraçam com maior espontaneidade a IA estão as áreas da Educação e Saúde.
A população portuguesa vê a IA como uma ferramenta valiosa para aoferecer ferramentas de aprendizagem interativas. Mas ainda há medo de erros nos diagnósticos médicos que possam afetar negativamente os resultados do tratamento. Mais consensual é a utilização da inteligência artificial nas cidades inteligentes.Analisado cada sector em particular, na Educação, a IA é vista como uma ferramenta útil para tradução de idiomas (63 por cento), bem como para acesso a recursos educativos (58 por cento). Sendo que este estudo revela que quase três em cada dez portugueses já utilizaram ferramentas educativas baseadas em IA, com destaque para os jovens entre os 18 e os 24 anos (42 por cento de adoção) - 57 por cento destes dos utilizadores revelam estar “muito satisfeitos”.
Também na área da Saúde o uso desta ferramenta se revela importante, com dois terços a acreditarem que a IA pode melhorar os serviços, reduzindo tempos de espera (66 por cento) e automatizando tarefas administrativas (63 por cento). Destes, metade revela estar confortável com o uso da IA em diagnósticos e tratamentos, embora persistam receios de erros (55 por cento) e impactos negativos nos resultados (50 por cento).
Relativamente à transformação das cidades, seis em cada dez portugueses acreditam que a IA pode otimizar o tráfego e melhorar os transportes públicos. A segurança pública é também apontada como o benefício mais relevante (52 por cento), graças à vigilância, resposta a emergências e prevenção de crimes.
Apesar do otimismo, o estudo revela preocupações significativas. Sessenta e sete por cento temem violações de privacidade e 62 por cento apontam riscos de segurança e a receio da perda de emprego.
Ainda assim, a maioria dos portugueses acredita que a IA não deve substituir totalmente os trabalhadores humanos. Para 63 por cento, a IA pode automatizar tarefas, mas a criatividade e a resolução de problemas devem continuar a ser domínio humano. As mulheres mostram-se mais preocupadas com a substituição de funções humanas do que os homens.
Olhando para o futuro, 18 por cento acreditam que a IA vai evoluir exponencialmente nos próximos dez anos.