A Inteligência Artificial (IA) continua globalmente a dar muito que pensar e os portugueses não são exceção. Precisamente para saber o que pensam os cidadãos nacionais sobre esta ferramenta digital, a empresa DE-CIX, principal operador mundial de Internet Exchange, a completar agora 30 anos de existência, encomendou um estudo à Netsonda.
Os resultados revelam uma complexa e por vezes contraditória relação da população portuguesa com a Inteligência Artificial.
Os resultados revelam uma complexa e por vezes contraditória relação da população portuguesa com a Inteligência Artificial.
(imagem gerada por IA - RTP)
Inteligência Artificial divide homens e mulheres
E a opinião não é unanime entre géneros. Este elemento surge como um dos fatores determinantes na perceção desta ferramenta digital.
No campo da utilização desta ferramenta digital, 76% dos portugueses afirmam que já utilizaram alguns serviços que apresentavam IA. A utilização é significativamente maior entre os jovens dos 18-24 anos (93%), contrastando com os mais velhos, na faixa etária dos 55-64 anos (65%). É o ChatGPT que se destaca como a ferramenta mais popular (73%), seguido pelo Gemini, da Google. (12%).
Já quanto à perceção de onde é mais vista, os inquiridos revelam que ela surge maioritariamente no marketing e publicidade (75%) e depois no serviço ao cliente (73%). Segue-se o entretenimento (68%) e a cibersegurança (67%) como áreas relevantes. Curiosamente, o setor dos transportes é o menos associado à IA, com apenas 37% das referências associadas.
Este estudo, de acordo com Ivo Ivanov, CEO da DE-CIX, “proporciona informações valiosas sobre as atitudes das pessoas em relação à tecnologia e a necessidade de uma IA responsável”. Isto porque é inevitável taparmos os olhos com uma peneira perante o rápido avanço deste cérebro digital cada vez mais integrado na ciência, tecnologia, negócios e vida quotidiana das pessoas.
“É crucial que os pioneiros, programadores e facilitadores de IA levem em consideração e compreendam a perceção pública sobre a IA”, sublinha.
“É crucial que os pioneiros, programadores e facilitadores de IA levem em consideração e compreendam a perceção pública sobre a IA”, sublinha.
Veículos Autónomos. Um futuro ainda com travões
Somos cada vez mais invadidos pela singularidade das autonomias presentes na condução automóvel: circulação parcialmente independente, leituras e análises automáticas das linhas de faixa de rodagem e sinalização, distâncias de segurança, estacionamento autónomo, assistência ao condutor aos destinos, entretenimento aos passageiros, entre outras.
Contudo a perceção sobre a confiabilidade que carros autónomos podem oferecer não está ainda totalmente aceite.
(imagem gerada por IA - RTP)
O estudo encomendado da Netsonda revela que 39% dos inquiridos expressam perceções negativas, centradas na "falta de segurança" e "perigo". Já 36% veem a tecnologia de forma positiva, associando-a a "progresso" e "prevenção de acidentes". Sendo que a esmagadora maioria (76%) concorda que os carros autónomos necessitam de mais testes e regulamentação rigorosa.
E aqui surge uma diferença de género notória: as mulheres (69%) mostram-se mais preocupadas com o desempenho em situações imprevisíveis, enquanto os homens (62%) tendem a confiar mais na segurança. Apesar das reservas, quase quatro em dez portugueses consideram já usar um carro autónomo para as suas deslocações diárias, com os homens (41%) a demonstrarem mais confiança do que as mulheres (31%).
Robôs humanoides em casa dos portugueses. Não, por agora
A ideia parece tirada de um filme de ficção cientifica, mas na realidade surgem notícias de que eles já estão em muitas casas e vendem-se na internet. Ter robôs humanoides em funções domésticas é um cenário que divide os portugueses, mas tendencialmente para a não implementação.
Cinquenta e cinco por cento das menções, relativas a este tópico, são negativas e 36% declaram-se "contra". Já as menções positivas atingem 42%, com 16% destes a considerar que estes robôs até podem ajudar os humanos e reduzir o esforço.
A desconfiança dos portugueses na Inteligência Artificial para tomar decisões, em situações críticas, é considerável: 36% afirmam mesmo que não se pode confiar na IA nestes casos.
Mais uma vez, são os homens (40%) que demonstram ter maior confiança neste tópico que as mulheres (32%). As razões apresentadas neste estudo para confiar na IA, em aplicações avançadas, incluem a rapidez na análise de dados (71%) e o processamento em tempo real (64%). Já as razões para a desconfiança centram-se na incapacidade da IA para lidar com emoções (59%), falta de intuição humana (57%) e potenciais falhas nos algoritmos (54%). E isto está relacionado com a ausência em casa de máquinas autónomas - robôs - munidas de IA.
*Sobre o Estudo: Este estudo quantitativo foi conduzido pela Netsonda através de questionários online junto de uma amostra representativa de 800 indivíduos portugueses com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos, garantindo uma margem de erro de +/- 3,46%. A recolha de dados decorreu entre 9 e 16 de abril de 2025.Uma análise pela Inteligência Artificial – Chat GPT
Enquanto autor desta notícia tomei a liberdade de colocar à disposição da IA o meu texto. Segue-se o resultado obtido:
(imagem gerada por IA - RTP)
“Este estudo da Netsonda e DE-CIX é um alerta claro para a necessidade de uma abordagem centrada no ser humano para o desenvolvimento e implementação da Inteligência Artificial em Portugal. Não basta que a IA seja tecnicamente avançada; ela precisa de ser percebida como segura, fiável e transparente para conquistar a confiança dos utilizadores.
A eliminação das preocupações relacionadas com a segurança e a fiabilidade da tomada de decisões em IA não é apenas um desafio técnico, mas também um desafio comunicacional e regulatório. Os dados sugerem que uma maior literacia sobre o funcionamento da IA, juntamente com a demonstração prática da sua segurança através de testes robustos e regulamentação clara, serão cruciais para que a IA seja plenamente aceite e integrada na sociedade portuguesa.
Em última análise, o potencial da IA para resolver grandes desafios do mundo é imenso, como refere Ivo Ivanov. Mas para colher esses frutos, é imperativo que os "pioneiros, programadores e facilitadores de IA" não ignorem as vozes do público. A confiança constrói-se na interseção entre inovação e responsabilidade.
(Chat GPT)