Investigação concluiu que Carolina Salgado não consumiu nem induziu ao consumo de drogas, inquérito arquivado
Braga, 20 Dez (Lusa) - A equipa de investigação do Apito Dourado arquivou um inquérito aberto a Carolina Salgado, ex-companheira de Pinto da Costa, por não ter encontrado qualquer indício de que consumiu drogas ou induziu outros a fazê-lo, disse hoje fonte judicial.
O despacho de arquivamento, a que a Lusa teve acesso, concluiu também que não há qualquer prova de que Carolina teria exigido dinheiro a José Mourinho para retirar do livro "Eu Carolina" um relato que envolvia a vida pessoal do treinador de futebol.
"A verdade começa a vir ao de cima", afirmou Carolina Salgado, em declarações à Lusa, lamentando que haja quem se preste a dizer "mentiras" a seu respeito, manifestando-se "satisfeita" com a decisão judicial.
O inquérito teve como base o livro "Luzes e sombras de um Dragão", escrito pelas jornalistas Felícia Cabrita e Ana Sofia Fonseca, onde - sublinha-se no despacho da equipa de Maria José Morgado - "se relatavam factos susceptíveis de consubstanciar crimes públicos", nomeadamente o de consumo e tráfico de drogas.
Baseava-se ainda em declarações de Ana Maria Salgado - irmã gémea de Carolina - sobre um alegado crime de extorsão por parte de Carolina Salgado a José Mourinho ao exigir-lhe dinheiro para não publicar uma "estória" que o envolvia.
O inquérito, que envolveu a audição de várias testemunhas, entre elas Paulo Lemos, concluiu não haver "quaisquer indícios de que Carolina Salgado consumisse drogas ou tivesse fornecido cocaína a Rui Passeira para que este consumisse".
Nos autos consta que Rui Passeira se escusou a prestar declarações, enquanto que Paulo Lemos - que já havia afirmado o contrário noutras ocasiões - disse "nunca se ter apercebido de que Carolina tivesse fornecido cocaína a Rui Passeira", frisando que apenas sabia o que lhe tinha sido dito.
Concluiu-se, assim, não haver "os elementos probatórios" necessários para fundamentar uma acusação contra Carolina Salgado e Rui Passeira por aqueles crimes.
No que toca à suposta extorsão a José Mourinho, a equipa de Coordenação do Processo Apito Dourado ouviu o responsável editorial da editora "D. Quixote", Juan António Mera Bujan, o qual garantiu que "a omissão das referências no livro "Eu Carolina" a José Mourinho resultou da iniciativa da própria editora que propôs a Carolina Salgado a sua retirada.
A editora considerou que "tal passagem não se enquadrava no contexto editorial do livro, facto que foi de imediato aceite por Carolina Salgado, que aceitou pacificamente a situação não colocando quaisquer entraves".
O arquivamento ficou assim a dever-se a "não terem sido obtidos - para além do que foi dito por Ana Maria Salgado - quaisquer outros elementos que lhes viessem trazer fundamento".
O inquérito abrangeu ainda uma terceira questão, também arquivada, a de se saber se o médico Fernando Póvoas teria prescrito medicamentação, em doses excessivas, a Carolina Salgado, pondo em risco a sua saúde, o que não se confirmou.
O facto vinha descrito no livro de Carolina, mas os investigadores decidiram que o clínico não violou as regras e deveres da sua profissão
LM.