Investigadora Mónica Bettencourt Dias recebe quarta-feira Prémio Crioestaminal 2007

por © 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Lisboa, 20 Nov (Lusa) - A cientista portuguesa Mónica Bettencourt Dias recebe quarta-feira o Prémio Crioestaminal em Investigação Biomédica 2007 pela identificação de moléculas que contribuem para a formação dos centrossomas, um trabalho com implicações no diagnóstico da infertilidade e do cancro.

"O trabalho de investigação [de Mónica Bettencourt Dias] revela informações importantes sobre a estrutura das células responsável pela infertilidade e pelo cancro, algo inédito no panorama científico", considera em comunicado a Associação Viver a Ciência, que atribui o prémio.

A investigadora identificou as moléculas que contribuem para a formação e função dos centrossomas, que são as estruturas que regulam o esqueleto e a multiplicação das nossas células.

Cada uma das células do corpo humano tem apenas um centrossoma, mas em casos de doenças, como o cancro, há frequentemente muitos mais, apresentando uma estrutura alterada.

O trabalho da investigadora, publicado em prestigiadas revistas como a "Nature", a "Science" e a "Current Biology", avançou no conhecimento das moléculas envolvidas na formação e função dos centrossomas e permite diagnosticar de forma precoce se elas apresentam alguma alteração associada a alguma patologia.

Este prémio para o incentivo do desenvolvimento de investigação em Portugal, no valor de 20 mil euros, é o terceiro que a jovem cientista do Instituto Gulbenkian de Ciência, em Oeiras, recebe nas últimas semanas.

Na passada semana, a cientista foi a primeira da Península Ibérica a receber o Prémio Europeu Eppendorf pelos seus estudos na área da multiplicação celular, um prémio atribuído anualmente a jovens cientistas europeus com trabalhos na área da biomedicina.

Recebeu ainda o Prémio Pfizer de Investigação Básica 2007, no valor de 20 mil euros, em conjunto com a investigadora Ana Rodrigues Martins, pelo projecto de investigação "Revisiting the role of the mother centriole biogenesis", desenvolvido em colaboração com as Universidades de Cambridge e de Siena.

No ano passado, o prémio o Prémio Crioestaminal em Investigação Biomédica distinguiu o jovem investigador Helder Maiato, do Instituto de Biologia Molecular e Celular do Porto, por um projecto relacionado com a compreensão da multiplicação celular.

RCS.


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