"Isto de dez em dez anos arde". Mourísia, uma aldeia rodeada de cinzas

Arménio Costa lamenta ver a terra onde sempre viveu, no concelho de Arganil, pintada mais uma vez de negro.

Guilherme de Sousa - Antena 1 /

Foto: Guilherme de Sousa - Antena 1

Em Mourísia, há poucas pessoas para fazer contas aos prejuízos do incêndio que deixou os montes em cinzas. Residente há 67 anos, Arménio Costa passou praticamente toda a vida nesta aldeia do concelho de Arganil.

O antigo presidente da junta, que tem formação em combate aos incêndios e experiência como trabalhador florestal, recorda os grandes incêndios que abalaram a terra.

“Isto de dez em dez anos arde. [Em 2017], ajudei a plantar várias centenas de pinheiros. Agora, com sete ou oito aos arderam outra vez”, lamenta. “As florestas estão abandonadas. O Estado devia ser o primeiro a dar o exemplo.”

Arménio Costa, com vasta experiência na área florestal, aponta as “folhosas” como uma solução para tentar travar os incêndios no futuro.

O impacto do incêndio que começou no Piódão nota-se na paisagem e nos campos agrícolas. Arménio Costa conseguiu salvar alguns animais, perdeu apenas as galinhas.

Quanto ao futuro, teme pela chegada das chuvas. “Mal chova, a água vai correr para a ribeira. Os terrenos vão ficar mais pobres.”
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