"Já falei uma vez e é suficiente", diz Cavaco Silva sobre Dias Loureiro

Lisboa, 14 Fev (Lusa) -- O Presidente da República, Cavaco Silva, disse hoje que já falou "uma vez" sobre o assunto "e é suficiente", questionado pelos jornalistas sobre se mantém a confiança no seu conselheiro de Estado Dias Loureiro.

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De acordo com a edição de hoje do jornal Expresso, "Dias Loureiro mentiu à comissão de inquérito" parlamentar sobre a nacionalização do BPN quando negou conhecer a existência do fundo "Excellence Assets Fund".

Segundo o Expresso, "Dias Loureiro assinou dois contratos onde esse fundo é parte". O jornal ouviu Dias Loureiro, que justificou ter negado conhecimento do fundo no Parlamento porque não se lembrava da sua existência.

Hoje, após ter encerrado o seu "Roteiro para a Juventude", na Fábrica da Pólvora, em Oeiras, o Presidente da República foi questionado pelos jornalistas se mantém a confiança no seu conselheiro de Estado.

"Já falei uma vez e é suficiente", respondeu Cavaco Silva.

O Presidente da República pronunciou-se sobre a confiança em Dias Loureiro no dia 25 de Novembro do ano passado, quando considerou não ter "qualquer razão para duvidar" da palavra do seu conselheiro de Estado, que disse ter-lhe garantido "solenemente que não cometeu qualquer irregularidade" nas funções empresariais que desempenhou.

"São 19 os conselheiros de Estado. Todos me merecem o maior respeito. O Presidente da República não faz julgamentos, nem faz investigações", acrescentou, na altura.

No dia anterior, 24 de Novembro, questionado se mantinha a confiança em Dias Loureiro, Cavaco Silva remeteu os jornalistas para a legislação que rege os conselheiros de Estado.

"É bom estudar a legislação que rege os membros do Conselho de Estado", recomendou.

O Estatuto dos Membros do Conselho de Estado determina que os conselheiros de Estado só podem cessar funções por decisão própria, morte ou incapacidade permanente ou se forem alvo de "procedimento criminal indiciado definitivamente", caso em que cabe ao órgão de consulta do Presidente da República decidir se devem ou não ser suspensos.

IEL.

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