País
Jerónimo de Sousa despede-se da liderança do PCP
Este sábado, Paulo Raimundo é confirmado como secretário-geral do Partido Comunista. E numa última intervenção como líder do PCP, Jerónimo afirmou que a governação de maioria absoluta tem mostrado "um PS cada vez mais inclinado para a direita". O secretário-geral cessante do PCP reconheceu ainda que o partido tem dificuldades e insuficiências que "importa superar" e apelou à resistência dos comunistas contra a "brutal ofensiva" em curso.
Jerónimo de Sousa e Paulo Raimundo chegaram juntos ao pavilhão do Alto do Moinho, no Seixal, e receberam fortes aplausos dos militantes presentes na Conferência Nacional. Os militantes e delegados receberam os dois dirigentes comunistas e deram início aos trabalhos da Conferência Nacional, com o lema "Tomar a iniciativa, reforçar o partido, responderàs novas exigências", e que encerra no domingo, com um discurso do próximo secretário-geral, Paulo Raimundo.
“Se no conjunto do debate está evidente uma forte identificação com as linhas e prioridades de trabalho que o projeto de resolução aponta, o que agora aqui está em discussão incorpora as propostas resultantes desse amplo debate”.
Considerando o contexto atual, Jerónimo de Sousa deixou críticas ao “plano do país”, destacando o agravamento da situação económica e social, “a ausência de respostas aos problemas nacionais que apelam ao redobrar” da iniciativa comunista e “as recentes alterações ao quadro político – que como se está a verificar tenderão a replicar, se não a aprofundar, a evolução negativa do país”.
O capitalismo, mencionou o ainda líder do PCP, “é simultaneamente causa e fator do agravamento dos problemas no plano económico, social, político, cultural e ambiental”.
Tendo como plano de fundo o cenário internacional, frisando o conflito entre a Rússia e a Ucrânia que afeta a Europa e o mundo, Jerónimo de Sousa sublinhou que Portugal “não é imune a todos estes desenvolvimentos negativos, cujas consequências se refletem na vida política, económica e social do país, e se manifestam de forma agravada em resultado de uma desastrosa política de recuperação capitalista e monopolista de décadas dos governos do PS, PSD e CDS, que hipotecaram o desenvolvimento social e empurraram Portugal para uma crise prolongada”.
Segundo Jerónimo de Sousa o país está “frágil” e a governação de maioria absoluta de têm mostrado "um PS cada vez mais inclinado para a direita".
“Hoje está muito claro qual é o sentido da governação do PS maioritário e quão verdadeira era a palavra do PCP quando afirmava que o PS não queria resolver os problemas nacionais, mas tão só romper com a política de defesa, reposição e conquista de direitos e criar condições para retomar na plenitude a política de direita que sempre teve como sua”, acusou Jerónimo de Sousa.
Governo "inclinado para a direita"
Dando início aos trabalhos da Conferência Nacional do PCP, Jerónimo de Sousa começou por recordar que “para trás ficou um intenso trabalho preparatório” e uma “alargado processo de discussão coletiva, onde uma vez mais está patente o funcionamento democrático do nosso partido e do qual resultaram inúmeras propostas que contribuíram significativamente para o enriquecimento e aperfeiçoamento do projeto de resolução”.
“Se no conjunto do debate está evidente uma forte identificação com as linhas e prioridades de trabalho que o projeto de resolução aponta, o que agora aqui está em discussão incorpora as propostas resultantes desse amplo debate”.
Considerando o contexto atual, Jerónimo de Sousa deixou críticas ao “plano do país”, destacando o agravamento da situação económica e social, “a ausência de respostas aos problemas nacionais que apelam ao redobrar” da iniciativa comunista e “as recentes alterações ao quadro político – que como se está a verificar tenderão a replicar, se não a aprofundar, a evolução negativa do país”.
O capitalismo, mencionou o ainda líder do PCP, “é simultaneamente causa e fator do agravamento dos problemas no plano económico, social, político, cultural e ambiental”.
Tendo como plano de fundo o cenário internacional, frisando o conflito entre a Rússia e a Ucrânia que afeta a Europa e o mundo, Jerónimo de Sousa sublinhou que Portugal “não é imune a todos estes desenvolvimentos negativos, cujas consequências se refletem na vida política, económica e social do país, e se manifestam de forma agravada em resultado de uma desastrosa política de recuperação capitalista e monopolista de décadas dos governos do PS, PSD e CDS, que hipotecaram o desenvolvimento social e empurraram Portugal para uma crise prolongada”.
Segundo Jerónimo de Sousa o país está “frágil” e a governação de maioria absoluta de têm mostrado "um PS cada vez mais inclinado para a direita".
“Hoje está muito claro qual é o sentido da governação do PS maioritário e quão verdadeira era a palavra do PCP quando afirmava que o PS não queria resolver os problemas nacionais, mas tão só romper com a política de defesa, reposição e conquista de direitos e criar condições para retomar na plenitude a política de direita que sempre teve como sua”, acusou Jerónimo de Sousa.
Governo "inclinado para a direita"
Para o ainda secretário-geral do PCP, a governação socialista "mostra um PS cada vez mais inclinado para a direita", ao fazer opções de política económica e orçamental que conduzirão ao "perigo de uma nova fase de definhamento económico e de degradação social".
Jerónimo de Sousa mostrou-se também preocupado com "a nova situação da expressão institucional e ampla promoção das forças e projetos reacionários, designadamente PSD, CDS, IL e Chega, com agendas de natureza retrógrada, demagógica, neoliberal ou fascizante”. E alertou para uma “intensificação da campanha antidemocrática, de forte pendor anticomunista, que tende a recrudescer”, na qual “sobressai a ação revanchista do grande capital, que julga ter chegado o momento de subir o nível de confrontação de classe e levar mais longe o ajuste de contas com os valores e as conquistas de Abril”.
“Evidente nos mais recentes desenvolvimentos é o explícito e crescente confronto com a Constituição da República por parte das forças reacionárias, com o objetivo da sua revisão e subversão, a par da promoção de alterações de sentido antidemocrático às leis eleitorais e à legislação laboral. O início do processo de revisão constitucional agora avançado e a olhar para a experiência passada de concertação entre o PS e o conjunto das forças reacionárias, inimigas da Constituição de Abril, não nos pode deixar descansados”, deixou o aviso.
Sobre o processo de revisão constitucional, Jerónimo voltou a que deverá iniciar-se após a votação do Orçamento do Estado para 2023.
Com olhos postos no futuro, admitiu que quer um PCP a “defender a Constituição da República e combater quaisquer projetos de revisão constitucional que promovam a descaracterização da Lei Fundamental ou a alteração das leis eleitorais, visando diminuir o pluralismo da representação política e eternizar a política de direita”.
“Evidente nos mais recentes desenvolvimentos é o explícito e crescente confronto com a Constituição da República por parte das forças reacionárias, com o objetivo da sua revisão e subversão, a par da promoção de alterações de sentido antidemocrático às leis eleitorais e à legislação laboral. O início do processo de revisão constitucional agora avançado e a olhar para a experiência passada de concertação entre o PS e o conjunto das forças reacionárias, inimigas da Constituição de Abril, não nos pode deixar descansados”, deixou o aviso.
Sobre o processo de revisão constitucional, Jerónimo voltou a que deverá iniciar-se após a votação do Orçamento do Estado para 2023.
Com olhos postos no futuro, admitiu que quer um PCP a “defender a Constituição da República e combater quaisquer projetos de revisão constitucional que promovam a descaracterização da Lei Fundamental ou a alteração das leis eleitorais, visando diminuir o pluralismo da representação política e eternizar a política de direita”.
PCP tem dificuldades e insuficiências que “importa superar”
Para Jerónimo de Sousa, devem ser compreendidos os perigos que envolvem os planos do capital e devem também ser definidas prioridades para as reivindicações dos tempos mais próximos.
O comunista defendeu ainda que, para “assegurar o desenvolvimento soberano do país”, deve ser implementada uma política que “valorize o trabalho e reforce os direitos dos trabalhadores”, aumentando a produção nacional e garantindo a justiça fiscal.
“A concretização desta política alternativa, patriótica e de esquerda que o PCP propõe ao povo português, requer o reforço do partido, a intensificação da luta dos trabalhadores e das populações, assim como a convergência dos democratas e patriotas”, declarou.
Reconhecendo as “dificuldades e insuficiências” do PCP, Jerónimo de Sousa diz haver “capacidades e recursos” na sociedade portuguesa para dar a resposta de que os trabalhadores e o país precisam.
“Ligar ainda mais o partido à vida, afirmá-lo como instrumento fundamental da ação e luta, reforçar a organização como instrumento de ligação aos trabalhadores e às populações: é neste quadro que se propõe, a partir da nossa Conferência Nacional, o desenvolvimento da ação do partido de forma integrada, envolvendo todos os domínios de ação”, elucidou o líder.
Em concreto, Jerónimo frisou a necessidade de o partido redobrar a tomada de iniciativa, nomeadamente pelo aumento dos salários, pelo fim da precariedade e pelo combate ao aumento dos custos de vida.
“Há que corrigir as profundas insuficiências e fragilidades na resposta aos problemas dos idosos”, que têm o “direito a envelhecer com qualidade de vida”, acrescentou o até agora secretário-geral do PCP.
No seu discurso, Jerónimo de Sousa frisou ainda a necessidade de “defender todos os serviços públicos”, “salvar o Serviço Nacional de Saúde”, “promover a soberania alimentar”, “combater a especulação imobiliária” e “lutar contra o alargamento da NATO e pela sua dissolução”.
“É urgente a exigência do fim da instigação da guerra na Ucrânia por parte dos Estados Unidos, da NATO e da União Europeia e a abertura para vias de negociação com os demais intervenientes, nomeadamente a Federação Russa, visando uma solução política para o conflito”, defendeu.
O ex-secretário-geral do PCP terminou o discurso dizendo que “o vento está duro e muito forte”, fustigando o rosto. “Mas nunca hão de ver o vento apanhar-nos de costas, porque estaremos sempre virados para a frente, em torno do nosso projeto, do nosso ideal, do nosso partido. Viva o Partido Comunista Português”, finalizou, entre aplausos.
O comunista defendeu ainda que, para “assegurar o desenvolvimento soberano do país”, deve ser implementada uma política que “valorize o trabalho e reforce os direitos dos trabalhadores”, aumentando a produção nacional e garantindo a justiça fiscal.
“A concretização desta política alternativa, patriótica e de esquerda que o PCP propõe ao povo português, requer o reforço do partido, a intensificação da luta dos trabalhadores e das populações, assim como a convergência dos democratas e patriotas”, declarou.
Reconhecendo as “dificuldades e insuficiências” do PCP, Jerónimo de Sousa diz haver “capacidades e recursos” na sociedade portuguesa para dar a resposta de que os trabalhadores e o país precisam.
“Ligar ainda mais o partido à vida, afirmá-lo como instrumento fundamental da ação e luta, reforçar a organização como instrumento de ligação aos trabalhadores e às populações: é neste quadro que se propõe, a partir da nossa Conferência Nacional, o desenvolvimento da ação do partido de forma integrada, envolvendo todos os domínios de ação”, elucidou o líder.
Em concreto, Jerónimo frisou a necessidade de o partido redobrar a tomada de iniciativa, nomeadamente pelo aumento dos salários, pelo fim da precariedade e pelo combate ao aumento dos custos de vida.
“Há que corrigir as profundas insuficiências e fragilidades na resposta aos problemas dos idosos”, que têm o “direito a envelhecer com qualidade de vida”, acrescentou o até agora secretário-geral do PCP.
No seu discurso, Jerónimo de Sousa frisou ainda a necessidade de “defender todos os serviços públicos”, “salvar o Serviço Nacional de Saúde”, “promover a soberania alimentar”, “combater a especulação imobiliária” e “lutar contra o alargamento da NATO e pela sua dissolução”.
“É urgente a exigência do fim da instigação da guerra na Ucrânia por parte dos Estados Unidos, da NATO e da União Europeia e a abertura para vias de negociação com os demais intervenientes, nomeadamente a Federação Russa, visando uma solução política para o conflito”, defendeu.
O ex-secretário-geral do PCP terminou o discurso dizendo que “o vento está duro e muito forte”, fustigando o rosto. “Mas nunca hão de ver o vento apanhar-nos de costas, porque estaremos sempre virados para a frente, em torno do nosso projeto, do nosso ideal, do nosso partido. Viva o Partido Comunista Português”, finalizou, entre aplausos.
Terminada a sua intervenção na quarta Conferência Nacional do PCP, Jerónimo de Sousa deslocou-se para junto dos seus ‘camaradas’ e foi fortemente aplaudido pelos delegados presentes. Durante cerca de sete minutos, os presentes aplaudiram Jerónimo de Sousa e ouviram-se alguns lemas clássicos dos comunistas, como “assim se vê a força do pêcê” ou “a luta continua”.
Esta foi a última intervenção de Jerónimo de Sousa enquanto secretário-geral do PCP, depois de 18 anos à frente dos comunistas.
Recorde-se que o PCP anunciou há uma semana que Jerónimo de Sousa ia deixar de ser secretário-geral do partido por razões de saúde e que Paulo Raimundo era o nome proposto para o substituir - que será, este sábado, eleito o quarto secretário-geral do PCP depois de uma reunião do Comité Central que deverá começar assim que encerrarem os trabalhos do primeiro dia da conferência.
A Conferência Nacional do PCP, a quarta em 100 anos, foi organizada com o objetivo de reenquadrar a ação do partido em contexto de maioria absoluta do PS, aumento da inflação e consequente degradação das condições de vida da generalidade da população, e também de incerteza em relação ao redesenho do mapa geopolítico internacional.
Esta foi a última intervenção de Jerónimo de Sousa enquanto secretário-geral do PCP, depois de 18 anos à frente dos comunistas.
Recorde-se que o PCP anunciou há uma semana que Jerónimo de Sousa ia deixar de ser secretário-geral do partido por razões de saúde e que Paulo Raimundo era o nome proposto para o substituir - que será, este sábado, eleito o quarto secretário-geral do PCP depois de uma reunião do Comité Central que deverá começar assim que encerrarem os trabalhos do primeiro dia da conferência.
A Conferência Nacional do PCP, a quarta em 100 anos, foi organizada com o objetivo de reenquadrar a ação do partido em contexto de maioria absoluta do PS, aumento da inflação e consequente degradação das condições de vida da generalidade da população, e também de incerteza em relação ao redesenho do mapa geopolítico internacional.