Jerónimo de Sousa desvaloriza Plano Nacional de Emprego do Governo
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, manifestou hoje reservas sobre a eficácia do Plano Nacional de Emprego, fazendo votos para que a iniciativa do Governo "não seja mais um conjunto de declarações e promessas".
Jerónimo de Sousa falava aos jornalistas numa acção de pré-campanha para as autárquicas de 9 de Outubro, em Soure, no final de um encontro com trabalhadores da cerâmica Ideal Leiriense, cujo processo de falência vai ser encetado numa altura em que estão por pagar os salários desde Julho e o último subsídio de férias.
"Sem a defesa do nosso aparelho produtivo, não há solução para este país", disse o líder comunista, receando que "o amanhã seja uma palavra muito vã" para os 55 operários da fábrica, especializada na produção de telhas para a construção civil.
Jerónimo de Sousa desvalorizou o Plano Nacional de Emprego apresentado hoje, em Lisboa, pelo primeiro-ministro, José Sócrates, referindo que "desde o tempo do [antigo primeiro-ministro socialista] António Guterres, são anunciados sistematicamente estes planos".
"O Governo deveria dar resposta à vossa angústia em relação ao futuro", disse, dirigindo-se aos trabalhadores da Ideal Leiriense.
Jerónimo de Sousa estava acompanhado da candidata da CDU à Câmara de Soure, Manuela Santos, e do coordenador da União dos Sindicatos de Coimbra, António Moreira.
"A CDU é a única força política que coloca estes problemas ao Governo", adiantou, apelando aos trabalhadores para responsabilizarem os dois partidos, PS e PSD, que nos últimos anos elegeram deputados no distrito de Coimbra.
Numa nota intitulada "O PCP cumpre", o partido manifesta a sua solidariedade aos operários da Ideal Leiriense e informa que o deputado António Filipe diligenciou já na Assembleia da República, através de um requerimento apresentado no dia 12, no sentido de o Governo revelar o que prevê fazer "para a salvaguarda dos postos de trabalho e do direito à retribuição dos trabalhadores" da cerâmica.
Jerónimo de Sousa visitou depois o centro histórico de Soure, designadamente a zona do castelo, onde ouviu explicações históricas de António Costa, dirigente da Associação de Defesa do Património Cultural e Natural de Soure, tendo entrado em alguns estabelecimentos comerciais.
Ao fim da manhã, era escasso o número de pessoas que circulavam nas ruas e o secretário-geral do PCP aproveitou para conhecer o centro da vila e trocar algumas palavras com aqueles que cumprimentava.