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João Cravinho morreu hoje aos 88 anos

por Sandra Henriques - Antena 1

Miguel A. Lopes - Lusa

Um dos rostos históricos do Partido Socialista, João Cravinho faleceu hoje aos 88 anos. De acordo com a família, João Cravinho morreu "tranquilamente em casa".

João Cravinho nasceu em Angola na década de 1930 e morre agora aos 88 anos. A notícia foi confirmada há pouco à Antena 1 por fonte da família.

Cravinho foi um dos militantes socialistas que mais se bateu pela legislação de combater à corrupção. Em 2006, enquanto deputado, apresentou um 'pacote anti-corrupção', que incluía a polémica proposta de criminalização do enriquecimento ilícito, e que foi rejeitado pela sua própria bancada parlamentar, numa altura em que o líder do PS era o primeiro-ministro José Sócrates.

Outra proposta de João Cravinho previa colocar sob suspeita uma pessoa cujas declarações de rendimentos não correspondessem ao seu real património. Esta ideia foi também rejeitada pelos socialistas, que argumentaram que se estaria a inverter o ónus da prova.

Foi também ministro dos governos de António Guterres e de Vasco Gonçalves.

Engenheiro de formação, foi ministro da Indústria e Tecnologia no IV Governo Provisório liderado por Vasco Gonçalves, em 1975. No XIII Governo Constitucional liderado por António Guterres, ocupou o cargo de ministro do Equipamento, Planeamento e Administração do Território.

A socialista Ana Gomes recorda João Cravinho como um homem de esquerda, com visão para o país democrático, mas também um homem íntegro no combate à corrupção.

“Um exemplo luminoso e um grande socialista”, sublinha.


Capoula Santos diz ter sido surpreendido com esta morte e recorda que o socialista esteve no avanço para a realização da construção da barragem do Alqueva, um projecto em que poucos acreditavam e que João Cravinho, enquanto ministro das Infraestruturas, decidiu levar avante.

Atualmente, refere o socialista e antigo ministro da Agricultura e do Desenvolvimento Rural e das Pescas, esta obra é uma das mais importantes no desenvolvimento de toda a região que abrange.

Também a antiga editora de política e jornalista da Antena 1 Maria Flor Pedroso recorda João Cravinho como um homem de “palavras inteiras”. João Cravinho, lembra Flor Pedroso, foi um homem que combateu a corrupção e quis implementar a regionalização em Portugal.


c/ Lusa
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