País
Juiz anuncia dia 6 de junho se vai haver julgamento no caso Rui Pedro
O caso do desaparecimento de Rui Pedro foi levado ao Tribunal de Lousada, 13 anos depois do desaparecimento do jovem, na altura com a idade de 11 anos. O suspeito é Afonso Dias, e é acusado do crime de rapto qualificado. O debate instrutório de hoje pretende habilitar o Juiz a decidir se leva o caso a julgamento ou se o manda arquivar. No próximo dia 6 de junho saber-se-á se o juiz se decidiu pela pronúnica ou pela não pronúncia.
O Tribunal de Lousada reuniu esta quinta-feira para realizar o debate instrutório pedido pela defesa do principal suspeito do rapto da criança e arguido no processo, Afonso Dias, de 35 anos por alegado envolvimento no desaparecimento do jovem Rui Pedro.
A defesa do arguido não está satisfeita com a acusação do Ministério Público que reputa de "ténue" e fraca e na tentativa de evitar o julgamento do arguido requereu a abertura de instrução.
No debate instrutório que hoje se realizou na parte da manhã, o Procurador, responsável pela acusação no processo, confessou em tribunal que as investigações ao desaparecimento da criança em 1998, "decorreram com ansiedade". Acrescentou ainda que atualmente o sentimento dominante é a da "frustração e angústia".
O despacho de pronúncia e consequente envio para julgamento ou de não pronúncia e portanto arquivamento do processo, será anunciado pelo juiz Jorge Moreira Santos no próximo dia 6 de junho."Custa-me ver as investigações serem encerradas sem conclusões quanto ao paradeiro do Rui Pedro" afirmou Vitor Magalhães.
"É uma cruz que carregamos quando põem em causa a nossa investigação", disse o Procurador que garantiu no entanto que desde a primeira hora em que iniciaram as investigações a prioridade foi sempre a de encontrar a criança, em bora tenha admitido que possam ter ocorrido alguns erros ao longo da investigação.
O advogado que representa a família de Rui Pedro, Ricardo Sá Fernandes, assumiu uma posição coincidente com a da acusação do Ministério Público e apoiou a necessidade de enviar a julgamento o arguido, acusado do rapto de um menor de 11 anos.
O advogado disse que nos primeiros dias de investigação ao caso houve "desleixo e negligência".
"É lamentável a enorme inércia no momento essencial deste caso", acrescentou Ricardo Sá Fernandes.
O jurista sustentou que as 24 horas após o desaparecimento da criança "eram decisivas e explicariam tudo o que aconteceu".
Ricardo Sá Fernandes criticou o facto de a investigação não ter ouvido, no dia imediato ao desaparecimento, uma prostituta que alegava ter estado com Rui Pedro, que acabou por ser ouvida, 10 anos depois, na fase de inquérito do processo.
O advogado da família do menor desaparecido admitiu, no entanto, que nos primeiros dias após o desaparecimento a prioridade da investigação era encontrar a criança.
Ricardo Sá Fernandes agradeceu, em nome da família de Rui Pedro, à investigação por "nunca ter desistido".
Apesar da acusação ter demorado cerca de 13 anos, o jurista da família concluiu que "o Ministério Público fez aquilo que tinha de fazer".
Por seu lado, a defesa, pela voz do advogado Paulo Gomes, defendeu precisamente a desnecessidade de enviar o processo para julgamento uma vez que sustenta a acusação "se baseia em provas ténues" considerando "inútil" um julgamento no qual antecipa como mais provável uma absolvição.
Um mistério com 13 anos
Rui Pedro foi visto pela última vez na companhia de Afonso Dias por volta das duas da tarde do dia quatro de março de 1998. Encontraram-se no campo do Senhor Lousada. Um primo de Rui Pedro, João André, foi também convidado para se juntar a eles, mas acabaria por não aparecer. Rui Pedro desapareceu há 13 anos. O caso nunca caiu no esquecimento fruto da persistência da sua mãe
Afonso Dias, um camionista que comercializava carros importados da Holanda, foi constituído arguido e, apesar de confirmar o encontro com Rui Pedro, sustenta que a criança se recusou a acompanhá-lo e declarou-se sempre inocente.
O suspeito diz-se vítima de uma acusação "sem suporte factual", versão que deverá defender durante o debate instrutório que arranca esta quinta-feira. A defesa de Afonso Dias questiona os testemunhos centrais da acusação: de menores, à data dos factos, e também de uma prostituta.
A defesa alega ainda a inexistência de prova técnica que comprove a presença do jovem Rui Pedro no seu carro a 4 de março de 1998, data do desaparecimento.
Defesa lamenta demora da acusação
Ricardo Sá Fernandes, advogado da família de Rui Pedro, lamentou o "atraso muito grande" na acusação do Ministério Público, mas manifestou fala em "esperança que se abre ainda" para os pais.
A acusação, deduzida a 11 de fevereiro deste ano, sustenta a "forte probabilidade" de Afonso Dias ter conduzido Rui Pedro a um encontro sexual com prostitutas, na EN 106, sentido Lousada-Vizela, zona da Lustosa. Depois disso, Rui Pedro – doente epilético que era medicado diariamente - nunca mais foi visto.
As diligências estenderam-se pelo estrangeiro e contaram com a colaboração da Interpol. A investigação acredita que Afonso Dias sabe o que se passou e imputa-lhe a prática de um crime de rapto qualificado. O despacho de acusação aponta ao alegado raptor ausência de álibi satisfatório para justificar o que fez entre as 14:00 e as 18:45 do dia do desaparecimento.
Prostituta confirma contactos
De acordo com o testemunho de uma prostituta, Afonso Dias abordou-a para ter relações sexuais com o menor no dia do desaparecimento. Os pais de Rui Pedro sempre acreditaram que Afonso foi o responsável por esse desaparecimento.
Afonso Dias comercializava carros importados da Holanda. Foi constituído arguido e declarou-se sempre inocente. Está agora formalmente acusado de rapto.
Entretanto, a mãe de Rui Pedro, Filomena Teixeira, fundou a Associação de Familiares de Crianças Portuguesas Desaparecidas. Pediu ajuda a Organizações Não-Governamentais e recorreu às redes sociais na Internet para continuar a divulgar o desaparecimento.
Rui Pedro tinha onze anos no dia em que desapareceu. Treze anos depois, o Ministério Público dá por encerrada a fase de inquérito com uma acusação de rapto.
Centenas de desaparecimentos só este ano
Entre janeiro e abril deste ano desapareceram 766 jovens. Têm entre 12 e 18 anos. No que diz respeito a crianças mais novas, com menos de 12 anos, registaram-se 53 casos.
A Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas refere que no ano passado houve no total mais de duas mil participações de desaparecimentos.
A defesa do arguido não está satisfeita com a acusação do Ministério Público que reputa de "ténue" e fraca e na tentativa de evitar o julgamento do arguido requereu a abertura de instrução.
No debate instrutório que hoje se realizou na parte da manhã, o Procurador, responsável pela acusação no processo, confessou em tribunal que as investigações ao desaparecimento da criança em 1998, "decorreram com ansiedade". Acrescentou ainda que atualmente o sentimento dominante é a da "frustração e angústia".
O despacho de pronúncia e consequente envio para julgamento ou de não pronúncia e portanto arquivamento do processo, será anunciado pelo juiz Jorge Moreira Santos no próximo dia 6 de junho."Custa-me ver as investigações serem encerradas sem conclusões quanto ao paradeiro do Rui Pedro" afirmou Vitor Magalhães.
"É uma cruz que carregamos quando põem em causa a nossa investigação", disse o Procurador que garantiu no entanto que desde a primeira hora em que iniciaram as investigações a prioridade foi sempre a de encontrar a criança, em bora tenha admitido que possam ter ocorrido alguns erros ao longo da investigação.
O advogado que representa a família de Rui Pedro, Ricardo Sá Fernandes, assumiu uma posição coincidente com a da acusação do Ministério Público e apoiou a necessidade de enviar a julgamento o arguido, acusado do rapto de um menor de 11 anos.
O advogado disse que nos primeiros dias de investigação ao caso houve "desleixo e negligência".
"É lamentável a enorme inércia no momento essencial deste caso", acrescentou Ricardo Sá Fernandes.
O jurista sustentou que as 24 horas após o desaparecimento da criança "eram decisivas e explicariam tudo o que aconteceu".
Ricardo Sá Fernandes criticou o facto de a investigação não ter ouvido, no dia imediato ao desaparecimento, uma prostituta que alegava ter estado com Rui Pedro, que acabou por ser ouvida, 10 anos depois, na fase de inquérito do processo.
O advogado da família do menor desaparecido admitiu, no entanto, que nos primeiros dias após o desaparecimento a prioridade da investigação era encontrar a criança.
Ricardo Sá Fernandes agradeceu, em nome da família de Rui Pedro, à investigação por "nunca ter desistido".
Apesar da acusação ter demorado cerca de 13 anos, o jurista da família concluiu que "o Ministério Público fez aquilo que tinha de fazer".
Por seu lado, a defesa, pela voz do advogado Paulo Gomes, defendeu precisamente a desnecessidade de enviar o processo para julgamento uma vez que sustenta a acusação "se baseia em provas ténues" considerando "inútil" um julgamento no qual antecipa como mais provável uma absolvição.
Um mistério com 13 anos
Rui Pedro foi visto pela última vez na companhia de Afonso Dias por volta das duas da tarde do dia quatro de março de 1998. Encontraram-se no campo do Senhor Lousada. Um primo de Rui Pedro, João André, foi também convidado para se juntar a eles, mas acabaria por não aparecer. Rui Pedro desapareceu há 13 anos. O caso nunca caiu no esquecimento fruto da persistência da sua mãe
Afonso Dias, um camionista que comercializava carros importados da Holanda, foi constituído arguido e, apesar de confirmar o encontro com Rui Pedro, sustenta que a criança se recusou a acompanhá-lo e declarou-se sempre inocente.
O suspeito diz-se vítima de uma acusação "sem suporte factual", versão que deverá defender durante o debate instrutório que arranca esta quinta-feira. A defesa de Afonso Dias questiona os testemunhos centrais da acusação: de menores, à data dos factos, e também de uma prostituta.
A defesa alega ainda a inexistência de prova técnica que comprove a presença do jovem Rui Pedro no seu carro a 4 de março de 1998, data do desaparecimento.
Defesa lamenta demora da acusação
Ricardo Sá Fernandes, advogado da família de Rui Pedro, lamentou o "atraso muito grande" na acusação do Ministério Público, mas manifestou fala em "esperança que se abre ainda" para os pais.
A acusação, deduzida a 11 de fevereiro deste ano, sustenta a "forte probabilidade" de Afonso Dias ter conduzido Rui Pedro a um encontro sexual com prostitutas, na EN 106, sentido Lousada-Vizela, zona da Lustosa. Depois disso, Rui Pedro – doente epilético que era medicado diariamente - nunca mais foi visto.
As diligências estenderam-se pelo estrangeiro e contaram com a colaboração da Interpol. A investigação acredita que Afonso Dias sabe o que se passou e imputa-lhe a prática de um crime de rapto qualificado. O despacho de acusação aponta ao alegado raptor ausência de álibi satisfatório para justificar o que fez entre as 14:00 e as 18:45 do dia do desaparecimento.
Prostituta confirma contactos
De acordo com o testemunho de uma prostituta, Afonso Dias abordou-a para ter relações sexuais com o menor no dia do desaparecimento. Os pais de Rui Pedro sempre acreditaram que Afonso foi o responsável por esse desaparecimento.
Afonso Dias comercializava carros importados da Holanda. Foi constituído arguido e declarou-se sempre inocente. Está agora formalmente acusado de rapto.
Entretanto, a mãe de Rui Pedro, Filomena Teixeira, fundou a Associação de Familiares de Crianças Portuguesas Desaparecidas. Pediu ajuda a Organizações Não-Governamentais e recorreu às redes sociais na Internet para continuar a divulgar o desaparecimento.
Rui Pedro tinha onze anos no dia em que desapareceu. Treze anos depois, o Ministério Público dá por encerrada a fase de inquérito com uma acusação de rapto.
Centenas de desaparecimentos só este ano
Entre janeiro e abril deste ano desapareceram 766 jovens. Têm entre 12 e 18 anos. No que diz respeito a crianças mais novas, com menos de 12 anos, registaram-se 53 casos.
A Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas refere que no ano passado houve no total mais de duas mil participações de desaparecimentos.