Julgamento de homicídio de guarda-florestal em Valença
O Tribunal de Valença inicia na próxima segunda-feira o julgamento de quatro pessoas envolvidas no homicídio de um guarda-florestal numa zona de caça em Cerdal, distrito de Viana do castelo, disse hoje à Lusa fonte judicial.
O principal arguido é um jovem de 24 anos, residente em Porreiras, Paredes de Coura, que responde pelo crime de homicídio. Os restantes três apenas são acusados de caça ilegal.
Os factos remontam à noite de 02 de Janeiro de 2004, quando segundo a acusação os arguidos estavam ilegalmente na zona de caça associativa de Castelo de Furna, em Gondelim, Cerdal, para mais uma caçada nocturna ao javali.
Segundo a acusação, os guardas-florestais de serviço nessa noite, Fernando Carvalho e Fernando Lopes, decidiram parar o carro-patrulha em que seguiam numa curva, para a impedir a circulação da viatura dos arguidos, que já era vista há várias semanas na zona.
Quando o carro dos arguidos se aproximou, os guardas-florestais ligaram os faróis o pirilampo de emergência, tendo os caçadores furtivos tentado a fuga, fazendo marcha atrás de imediato.
O guarda Fernando Carvalho, de 38 anos, perseguiu a pé o automóvel dos caçadores, mas acabou por ser alvejado na cabeça e no peito, com dois tiros disparados a uma distância de 17 a 25 metros, acabando por sofrer diversas lesões que lhe provocaram a morte.
Os caçadores furtivos puseram-se imediatamente em fuga em direcção da Paredes de Coura, um deles a pé pelo meio do monte e os outros três no veículo que, nas manobras, embateu com grande violência num muro, ficando com o vidro traseiro e a porta danificados.
No dia seguinte, e para esconder as provas do crime, o principal arguido, com a ajuda de uma máquina giratória do seu patrão, enterrou o carro no meio de um monte em Porreiras, Paredes de Coura.
Mas a Polícia Judiciária de Braga deteve, quase de imediato, o homicida, que acabou por confessar a autoria do crime.
O principal arguido, que aguarda julgamento em prisão preventiva, localizou a viatura e identificou os restantes três, de 28 anos, 26 anos e 21 anos, que aguardam julgamento em liberdade, uma vez que respondem apenas por caça ilegal.
O julgamento inicia-se pelas 9:30.