Julgamento de O Primeiro de Janeiro contra três jornalistas tem início a 13 de Fevereiro
Porto, 30 Jan (Lusa) - O início do julgamento do processo de difamação apresentado pelo jornal O Primeiro de Janeiro contra três jornalistas foi hoje adiado para o dia 13 de Fevereiro, por requerimento da advogada de acusação.
Os três jornalistas são acusados de difamação e ofensa a pessoa colectiva, estando em causa o que os profissionais escreveram no blogue http://diariodeumjornalista.blogspot.com, em Abril de 2004.
A acusação refere que no post do dia 21 de Abril "são feitas graves afirmações que não correspondem à verdade acerca do jornal, designadamente sobre o Departamento de Publicações Especiais e o seu responsável, as quais são ofensivas e atingem a credibilidade e o prestígio do jornal".
Os três jornalistas, dos quais dois foram despedidos alegadamente pelo que escreveram no blogue, enquanto o terceiro já não trabalhava no jornal à data dos factos, afirmaram hoje à Lusa que apenas relatavam naquele espaço "as experiências de trabalho" vividas.
No post do dia 21 de Abril, um dos arguidos, Ricardo Simães, refere-se ao despedimento de Joel Pinto e Sérgio Moreira do Primeiro de Janeiro, denunciando "o ambiente ditatorial" vivido no diário.
"O essencial era a tremenda pressão psicológica a que aqueles profissionais se encontravam sujeitos. O essencial é que o Departamento de Publicações Especiais do `Primeiro de Janeiro` é um local onde impera a arbitrariedade, a ditadura, onde proliferam os `cromos` que, além de `cromos`, são bufos, delatores, e outros adjectivos ainda menos simpáticos", escreveu o jornalista.
Ricardo Simães acrescentou que a pessoa responsável pelo departamento em causa "é um indivíduo que cultiva um ambiente repressivo. É um indivíduo que, por várias vezes assisti a essa situação, lida com os `cromos` e jornalistas, de forma amiúde, na base do insulto e da coacção psicológica".
A acusação reclama ainda uma indemnização de 22 mil euros, 12 mil dos quais referentes a "danos patrimoniais".
Refere ainda que este blogue dos jornalistas "causa e causou graves prejuízos económicos", afirmando mesmo que "provocou "cerca de 60 por cento de perda de receitas publicitárias", entre Maio de 2004 a Junho de 2005.
JAP.