Lampreia e cabrito cartões de visita na promoção de Penafiel no Porto
Pratos à base de lampreia são o principal atractivo numa campanha promocional dos produtos turístico- culturais da zona de Entre-os-Rios que a Câmara de Penafiel promove entre sexta-feira e domingo na Ribeira do Porto, revelou hoje fonte da autarquia.
Helena Correia, do Gabinete de Cultura da autarquia, disse que esta promoção se apoia numa parceria com o restaurante Dom Tonho, um dos mais emblemáticos da Ribeira do Porto, que prevê para os três dias, naquele estabelecimento, uma oferta combinada de gastronomia e animação típicas do Vale do Sousa.
"A lampreia sempre foi ex-líbris dos rios Douro e Tâmega. Com esta acção no Porto queremos mostrar que se mantém uma tradição gastronómica de décadas dominada pelo arroz de lampreia à moda de Entre-os-Rios", declarou Helena Correia.
A oferta gastronómica inclui também o sável assado no espeto em lenha de vide, uma ementa já pouco usual em Entre-os-Rios que a Câmara de Penafiel pretende recuperar para todas as ementas dos restaurantes locais.
Grupos de guitarras e etno-folclóricos garantem a animação no restaurante ao longo dos três dias de promoção de Entre-os-Rios e que, no sábado irá estender-se ás ruas da Ribeira do Porto.
Os aderentes à iniciativa vão deparar, à entrada do restaurante, com dois manequins envergando indumentárias típicas da região nos primórdios do século XX e poderão visitar duas exposições fotográficas, uma sobre Entre-os-Rios, em particular, e outra sobre Penafiel, em geral.
Além de lampreia, a ementa incluiu outros pratos típicos do concelho de Penafiel: rojões à São Marinho, cabrito assado à Penafiel, bacalhau à lavrador e sável de escabeche.
Entre-os-Rios é um lugar da freguesia de Eja, Penafiel, situado na confluência dos rios Douro e Tâmega, que alia uma oferta gastronómica baseada na lampreia e no sável a um estabelecimento termal, actualmente em remodelação, e a um complexo turístico do INATEL - Instituto Nacional para o Aproveitamento dos Tempos Livres dos Trabalhadores.
Tradições como a da procissão das Endoenças - que na Quinta- feira Santa atravessa uma das três pontes da localidade, totalmente iluminada a velas - é outro atractivo desta localidade que criou, para auto-promoção, a sua própria Junta de Turismo.
Nos média, o nome de Entre-os-Rios ficou associado ao maior acidente rodoviário de Portugal, a ruptura de uma ponte que fez 59 mortos, mas, quatro anos após a tragédia, os efeitos no turismo local diluíram-se e a quebra de visitantes que ainda se sente é associada, tão só, à crise económica que atravessa o país.
Segundo Helena Correia, o turismo de Entre-os-Rios vive não só do passeio domingueiro dos habitantes do Porto - a 30 quilómetros pela marginal do Douro - "mas também de quem gosta da beira-rio e de conhecer tradições e gente diferente e acolhedora".
"Muitos portuenses já perceberam que não vale a pena ir para longe quando, afinal, têm por perto coisas tão boas", disse.