Líder skinhead Mário Machado foi detido pela Polícia Judiciária
O líder skinhead Mário Machado foi detido pela PJ e conduzido às instalações da Direcção Central de Combate ao Banditismo, onde aguardará até quinta-feira para ser ouvido por um juiz de instrução. Ao nacionalista foram imputados actos violentos contra um membro do clube mottard "Hells Angels".
Ao início da noite, o advogado do chefe do grupo de extrema-direita Hammerskins veio esclarecer em declarações à Agência Lusa que ao seu constituinte são imputados um disparo a tiro contra a perna de um indivíduo dos "Hells Angels", embora este negue os factos e não tenha apresentado queixa contra o líder nacionalista.
José Manuel Castro considera ainda não existirem motivos para que amanhã seja aplicada a Mário Machado qualquer medida de coacção privativa da liberdade.
O advogado disse ainda "estranhar" o timing da detenção, dada a proximidade temporal com a divulgação num blogue de Mário Machado de documentos bancários relacionados com familiares do primeiro-ministro, José Sócrates. "Vamos acreditar que é uma coincidência", desabafou o advogado.
De acordo com o semanário Sol, que primeiro avançou a notícia da detenção, Mário Machado foi "detido cerca de uma semana depois de ter divulgado na Internet uma série de documentos bancários de Celestino Monteiro, tio do primeiro-ministro José Sócrates".
Ainda de acordo com o Sol, "os papéis publicados referem-se à constituição de uma offshore e a movimentos bancários datados de 2001", sendo que "o advogado de Machado garante a «autenticidade»dos documentos (...) entregues «embrulhados num cobertor» à porta do dirigente skinhead".
Mário Machado aguarda julgamento por incitamento à violência
Mário Machado vai comparecer em tribunal a 5 de Maio para responder num processo em que é acusado de ameaças à procuradora do Ministério Público Cândida Vilar.
O líder de extrema-direita está acusado de coacção agravada, difamação agravada e incitação à prática de crime, depois de ter publicado uma "carta aberta" apelando aos "companheiros" nacionalistas para que "não esquecessem" o nome da procuradora que propôs a sua prisão preventiva no âmbito de um outro processo.
A procuradora Cândida Vilar conduziu a investigação que levou Mário Machado a responder num processo relacionado com discriminação racial e em que foi condenado no final de 2008 a quatro anos e dez meses de prisão efectiva, esperando ainda o resultado do recurso.