Manutenção da urgência do Curry Cabral é sensata
A manutenção da urgência do Hospital Curry Cabral, em Lisboa, é uma medida "sensata que só peca por tardia", defendeu hoje Canas Mendes, que dirigiu esta instituição até à semana passada e que se opõe a qualquer amputação do serviço.
A decisão de manter em funcionamento o serviço de urgência do Hospital Curry Cabral - ao contrário do que propõem os peritos que desenharam a nova rede de urgências - foi anunciada por António Correia de Campos, numa entrevista à TSF.
Em declarações à Lusa, fonte do gabinete do ministro confirmou que, pelo menos até à construção do novo hospital em Loures, a urgência no Curry Cabral será mantida.
Confrontado com esta decisão, Pedro Canas Mendes congratulou-se com o anúncio, mas apenas "se for para manter esta urgência como está", ou seja, uma urgência médico-cirúrgica.
"Se é para manter a urgência como está, é uma decisão sensata que só peca por tardia, mas se é para amputá-la e transformá-la numa urgência monovalente de ortopedia, então será um perfeito disparate", disse.
Pedro Canas Mendes, que neste polémico processo optou por uma posição discreta - apesar de não concordar com o encerramento da urgência - acrescentou que, se esta decisão tivesse sido anunciada mais cedo, ter-se-ia evitado "o alarmismo dos profissionais de saúde e utentes, resultante de terem uma machadinha suspensa".
O encerramento da urgência do Hospital Curry Cabral é defendido em vários relatórios de uma comissão de peritos, encomendado por António Correia de Campos para reestruturar a rede de urgências em Portugal.
Desde segunda-feira que o Hospital Curry Cabral tem um novo presidente do conselho de administração.
Manuel Delgado, até agora presidente do conselho de administração do Hospital Pulido Valente e presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH) substitui Pedro Canas Mendes.