País
Manutenção e falta de pessoal aceleram paragens programadas de barcos da Transtejo
As ligações fluviais canceladas na Transtejo Soflusa no ano passado voltaram a ultrapassar as 12 mil supressões, aproximando-se do recorde de 2021. No entanto a empresa tem decidido suprimir cada vez mais viagens com antecedência por "constrangimentos operacionais", em especial entre Lisboa e Cacilhas.
(Artigo atualizado para incluir a reportagem em direto no noticiário das 9h da Antena1)
Nos números enviados à Antena 1, a empresa registou 10.258 supressões programadas em 2024, um valor que ainda não tinha sido registado com esta dimensão - foi uma subida de 50% em relação a 2023.
Estes “ajustes programados”, como a Transtejo Soflusa (TTSL) classifica, são viagens que a empresa decide suprimir de forma antecipada, avisando os passageiros com antecedência - “trata-se, no fundo, de alterações temporárias aos horários, as quais decorrem de diversos constrangimentos operacionais”.
“Ao longo do ano, verificou-se a necessidade de realizar ajustes adicionais, especialmente na ligação fluvial de Cacilhas, com o objetivo de garantir a manutenção da frota e mitigar a escassez de recursos humanos operacionais à data”, escreve o grupo Transtejo em resposta à Antena 1. Ainda assim, afirma que estes ajustes de horários ocorrem habitualmente durante os períodos de férias para ajustar a oferta à procura.
Embora o número oficial de avarias nos barcos tenha descido, as supressões antecipadas penalizaram o total de viagens canceladas nas travessias do rio Tejo.
Já quase a entrar no último trimestre do ano, a TTSL ainda não publicou o relatório e contas de 2024 porque "aguarda aprovação do acionista” - do Estado, portanto.
A rádio pública pediu por isso informação das supressões do ano passado, numa altura em que a empresa tem tido dificuldades em estabilizar desde 2023 a ligação fluvial entre Lisboa e Seixal, feitas com três barcos elétricos afetados por problemas de carregamento.
Entre os cinco principais motivos registados no ano passado, comparando com os últimos anos com informação detalhada, os “ajustes programados” tiveram um pico em 2021, que desceu no ano seguinte e subiu em 2023, antes de disparar em 2024.
Constrangimentos recorrentes
Têm sido frequentes os avisos da TTSL no website de “constrangimentos técnicos na frota”, situação que leva a ajustes de horários e de barcos atribuídos nas diferentes ligações.
A Antena 1 esteve em direto esta manhã no terminal fluvial de Cacilhas, em Almada, e ouviu várias queixas de ligações suprimidas. Surpreendidos ao chegar, há passageiros que ficam a ver passar navios - os passageiros têm de aguardar porque as supressões pressionam a entrada nos barcos seguintes.
Para compensar falhas na travessia Lisboa – Seixal ou noutras, havendo indisponibilidade de algum barco e não havendo reservas, a ligação Lisboa – Cacilhas acabará por ser nesta altura a mais sacrificada com a retirada de navios para outras rotas, apurou a Antena 1 junto de fonte conhecedora das operações.
A TTSL não deu detalhes até esta quinta-feira sobre como responde aos constrangimentos. Apenas sublinhou que, a penalizar as ligações Lisboa – Cacilhas, estão as tais necessidades de manutenção e a falta de pessoal - a taxa de regularidade deste serviço acaba por ser a mais baixa de todas.
Depois de receber os dados do ano passado, a rádio pública pediu uma entrevista à Transtejo Soflusa, que apenas decidiu por agora responder por escrito.
A Antena 1 recebeu também dados relativos ao primeiro semestre deste ano, que mostram que até junho foram registadas 5134 supressões. Deste total, 82% foram supressões antecipadas (4214). Contam-se também 598 avarias.
São cinco as ligações fluviais do grupo Transtejo: Montijo – Cais do Sodré (Lisboa); Seixal – Cais do Sodré; Cacilhas (Almada) – Cais do Sodré; Trafaria (Almada) – Porto Brandão (Almada) - Belém (Lisboa); Barreiro – Terreiro do Paço (Lisboa).
Nos números enviados à Antena 1, a empresa registou 10.258 supressões programadas em 2024, um valor que ainda não tinha sido registado com esta dimensão - foi uma subida de 50% em relação a 2023.
Estes “ajustes programados”, como a Transtejo Soflusa (TTSL) classifica, são viagens que a empresa decide suprimir de forma antecipada, avisando os passageiros com antecedência - “trata-se, no fundo, de alterações temporárias aos horários, as quais decorrem de diversos constrangimentos operacionais”.
“Ao longo do ano, verificou-se a necessidade de realizar ajustes adicionais, especialmente na ligação fluvial de Cacilhas, com o objetivo de garantir a manutenção da frota e mitigar a escassez de recursos humanos operacionais à data”, escreve o grupo Transtejo em resposta à Antena 1. Ainda assim, afirma que estes ajustes de horários ocorrem habitualmente durante os períodos de férias para ajustar a oferta à procura.
Embora o número oficial de avarias nos barcos tenha descido, as supressões antecipadas penalizaram o total de viagens canceladas nas travessias do rio Tejo.
Não havia tantas supressões desde 2021. No ano passado registou-se o segundo maior valor dos últimos dez anos - foram 12.474 no total das cinco ligações fluviais do grupo, sendo um aumento de 7,5% face a 2023.
Já quase a entrar no último trimestre do ano, a TTSL ainda não publicou o relatório e contas de 2024 porque "aguarda aprovação do acionista” - do Estado, portanto.
A rádio pública pediu por isso informação das supressões do ano passado, numa altura em que a empresa tem tido dificuldades em estabilizar desde 2023 a ligação fluvial entre Lisboa e Seixal, feitas com três barcos elétricos afetados por problemas de carregamento.
Entre os cinco principais motivos registados no ano passado, comparando com os últimos anos com informação detalhada, os “ajustes programados” tiveram um pico em 2021, que desceu no ano seguinte e subiu em 2023, antes de disparar em 2024.
Constrangimentos recorrentes
Têm sido frequentes os avisos da TTSL no website de “constrangimentos técnicos na frota”, situação que leva a ajustes de horários e de barcos atribuídos nas diferentes ligações.
A Antena 1 esteve em direto esta manhã no terminal fluvial de Cacilhas, em Almada, e ouviu várias queixas de ligações suprimidas. Surpreendidos ao chegar, há passageiros que ficam a ver passar navios - os passageiros têm de aguardar porque as supressões pressionam a entrada nos barcos seguintes.
Reportagem em direto esta manhã com o jornalista Gonçalo Costa Martins
Para compensar falhas na travessia Lisboa – Seixal ou noutras, havendo indisponibilidade de algum barco e não havendo reservas, a ligação Lisboa – Cacilhas acabará por ser nesta altura a mais sacrificada com a retirada de navios para outras rotas, apurou a Antena 1 junto de fonte conhecedora das operações.
A TTSL não deu detalhes até esta quinta-feira sobre como responde aos constrangimentos. Apenas sublinhou que, a penalizar as ligações Lisboa – Cacilhas, estão as tais necessidades de manutenção e a falta de pessoal - a taxa de regularidade deste serviço acaba por ser a mais baixa de todas.
Depois de receber os dados do ano passado, a rádio pública pediu uma entrevista à Transtejo Soflusa, que apenas decidiu por agora responder por escrito.
A Antena 1 recebeu também dados relativos ao primeiro semestre deste ano, que mostram que até junho foram registadas 5134 supressões. Deste total, 82% foram supressões antecipadas (4214). Contam-se também 598 avarias.
São cinco as ligações fluviais do grupo Transtejo: Montijo – Cais do Sodré (Lisboa); Seixal – Cais do Sodré; Cacilhas (Almada) – Cais do Sodré; Trafaria (Almada) – Porto Brandão (Almada) - Belém (Lisboa); Barreiro – Terreiro do Paço (Lisboa).