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Marcelo elogia e condecora Grupo Pinto Basto "contra a tradição estatista"

por Lusa

O Presidente da República elogiou hoje o Grupo Pinto Basto e atribuiu-lhe a Ordem do Infante D. Henrique, apontando-o como "uma instituição que se afirma contra a tradição estatista que é a portuguesa".

Marcelo Rebelo de Sousa falava no final de uma sessão comemorativa dos 250 anos do Grupo Pinto Basto, no antigo picadeiro real, depois adaptado a Museu dos Coches, em Lisboa, que estava praticamente cheio, com a maioria das pessoas sem máscara respiratória.

O chefe de Estado também chegou sem máscara respiratória a esta sessão e, depois de ouvir dois fados cantados por António Pinto Basto, fez um discurso de elogio a este grupo empresarial criado há dois séculos e meio.

"Celebrar 250 anos de vida de uma instituição económica é coisa muito rara em Portugal. Primeiro, porque somos atavicamente avessos à institucionalização, preferimos a personalização, por natureza menos duradoura, o improviso, o remendo conjuntural, o expediente de ocasião", considerou, no início da sua intervenção.

"No que somos muito bons para salvar apertos, somos menos bons para garantir previsibilidade e perspetiva de longo prazo", observou, em seguida.

O Presidente da República referiu que o Grupo Pinto Basto "testemunhou o império francês" e "a partida da corte para o Brasil, as invasões gaulesas" e também "o protetorado britânico, a guerra civil, o fontismo, o termo da monarquia liberal, as subidas à superfície do Portugal rural, legitimista, ultramontano - no franquismo, no sidonismo e no salazarismo".

"E ainda teria energia bastante para, volvida a primeira República, deparar com Abril de 1974 e levar quase meio século de afã sem cessar: já não apenas e sobretudo o comércio, a mineração, a agricultura, a pecuária, a florestação, alguma indústria, mas sempre os transportes e os serviços", acrescentou.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, este grupo empresarial "sempre prezou a independência necessária para a liberdade económica - e, claro, foi dispondo dos requisitos indispensáveis à salvaguarda dessa independência".

O Presidente da República apontou-o como representante de "uma linhagem tão peculiar" em Portugal, "a do liberalismo associado à nobreza, à sociedade civil, à tradição liberal, ao culto da iniciativa privada - tudo o que é o mais contrário à nossa tradição económica, social, politica e cultural, que é mais depressa estatista".

"Uma instituição que se afirma contra a tradição estatista que é a portuguesa", reforçou.

Como agradecimento ao Grupo Pinto Basto pelo seu percurso, que descreveu como "pioneiro, determinado, imaginativo, inovador, destemido", o chefe de Estado atribuiu-lhe o título de membro honorário da Ordem do Infante D. Henrique.

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