Marcelo falou sobre futebol com Trump e deu-lhe cumprimentos de Putin

por RTP
Alex Edelman - EPA

O chefe de Estado português trocou alguns comentários sobre o Campeonato do Mundo de Futebol com o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, e deu-lhe cumprimentos da parte do Presidente da Rússia, Vladimir Putin.

No início de um encontro com o Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, na Sala Oval da Casa Branca, em Washington, em declarações conjuntas à comunicação social, Marcelo Rebelo de Sousa disse-lhe: "Vai encontrar-se com o senhor Putin, bem, eu estive com ele na semana passada e ele pediu-me que lhe enviasse cumprimentos".

"Não se esqueça que Portugal tem o melhor jogador do mundo, que se chama Cristiano Ronaldo. Estou certo de que o seu filho sabe", prosseguiu o Presidente português.

Trump, que antes tinha elogiado o Campeonato do Mundo de Futebol que decorre na Rússia, considerando que "tem sido fantástico", respondeu-lhe que o seu filho "sabe tudo sobre isso".

"Por isso, se for à Rússia durante o campeonato, não se esqueça de que Portugal ainda lá está e quer ganhar", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa, repetindo que a equipa portuguesa tem "o melhor jogador do mundo, Cristiano Ronaldo".

Donald Trump acabou a perguntar ao chefe de Estado português sobre se pensa que "Cristiano alguma vez irá concorrer à Presidência" de Portugal, como seu adversário.

Marcelo Rebelo de Sousa retorquiu que, nessa matéria, Portugal "é um pouco diferente" dos Estados Unidos da América.
Encontro com Juncker é "boa notícia"
O chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, congratulou hoje o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, pelo facto de se ir encontrar com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, considerando que "são boas notícias".

Numa altura em que a comunicação social estava prestes a sair da sala, o Presidente português observou apenas: "Vai encontrar-se com o Presidente Juncker, isso são boas notícias. São boas notícias".

Nestas declarações aos jornalistas, em que Trump falou sobre as relações bilaterais entre Portugal e os Estados Unidos, mas respondeu a vários questões sobre assuntos internos, Marcelo Rebelo de Sousa ouviu-o também defender a necessidade de "fronteiras fortes".

"Eu acho que é bom para nós", disse o Presidente norte-americano e, virando-se para Marcelo Rebelo de Sousa, comentou: "Eu nem sequer sei o que pensa sobre isso".

O Presidente português pareceu expressar discordância, abanando ligeiramente a cabeça, enquanto Trump prosseguia: "Eu acho que fronteiras fortes e ausência de crime, isso somos nós".
Relação "nunca foi tão boa"
No encontro entre Donald Trump e Marcelo Rebelo de Sousa, o chefe de Estado português considerou que os dois países têm "uma relação tremenda" com Portugal, que "nunca foi tão boa".

Em declarações conjuntas aos jornalistas, no início do seu encontro com Marcelo Rebelo de Sousa, na Sala Oval da Casa Branca, em Washington, Donald Trump afirmou que "é uma grande honra receber o altamente respeitado Presidente de Portugal".

"Temos uma relação tremenda com Portugal há muito tempo e devo dizer que nunca foi tão boa como é hoje. Portanto, quero dar-lhe as boas-vindas a si e à sua delegação", acrescentou o Presidente dos Estados Unidos.

Donald Trump descreveu Portugal como "um país de grande beleza e de ótimas pessoas".

Em seguida, falando também em inglês, Marcelo Rebelo de Sousa disse que Portugal e os Estados Unidos da América têm "uma longa amizade e parceria".

"Fomos o primeiro país neutral a reconhecer a independência dos Estados Unidos da América. Apesar de termos a Inglaterra como o nosso mais antigo aliado. Portanto, foi corajoso na altura", salientou.

Donald Trump comentou: "É verdade".

"Não sei se sabe, mas os vossos pais fundadores celebraram a independência com um brinde com o nosso vinho, com o vinho da Madeira. É uma história muito longa a da nossa amizade e parceria, baseada em valores comuns: democracia, liberdade, o Estado de Direito, os Direitos Humanos", prosseguiu Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado português realçou também o peso da comunidade portuguesa e lusodescendente nos Estados Unidos: "Portanto, não é apenas uma aliança milinar, política, económica, é mais do que isso. É algo de muito humano. Porque falamos de um milhão e 400 mil pessoas que vivem o seu amor por dois países ao mesmo tempo".

Donald Trump concordou que Portugal, "de facto, tem sido muito importante" para a Nação norte-americana.
"Encontro caloroso"
Depois da reunião com Donald Trump, já na Embaixada de Portugal em Washington, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que o encontro atingiu os objetivos esperados.

“Foi caloroso o encontro. E não foi caloroso porque os dois chefes de Estado fossem calorosos por si. Não teve a ver com características psicológicas. Porque havia uma predisposição criada pelo calor existente entre os dois povos e por um peso (…) a comunidade portuguesa aqui residente”, frisou Marcelo.
Marcelo Rebelo de Sousa disse, ainda, que durante a conversa falaram sobre pontos positivos e negativos da aliança entre Portugal e os Estados e Unidos. A Base das Lajes foi um dos temas debatidos pelos presidentes.

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que houve abertura de Donald Trump mesmo nos pontos que divergem os dois Estados, como os refugiados.

Segundo o chefe de Estado português, houve das duas partes "disponibilidade não apenas para falar, mas para ouvir" e "o mesmo calor que houve na parte afirmativa de convergência, houve na parte de existência de divergências", sendo a política de imigração "uma das áreas de divergência".

"Sempre que eu tenho oportunidade de explicar por que é que Portugal acolhe imigrantes, explico. E aproveito para fazer pedagogia, para explicar como é a realidade portuguesa", referiu Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando: "Nenhum encontro é exceção a esta prática que eu adoto sempre".

"Acho que é muito importante, porque, por muito que conheçam Portugal, descobrem sempre um Portugal desconhecido e que pode ser pedagógico e interessante conhecer", considerou.

Interrogado sobre se falou com Donald Trump especificamente sobre a situação na fronteira dos Estados Unidos com o México e do que isso representa em termos de Direitos Humanos, o Presidente da República não quis "entrar em pormenor".

"Mas digo-vos o seguinte: não houve nada, mas verdadeiramente nada, de relevante naquilo que era convergente ou divergente que não tivesse sido tratado", realçou.

Importância da relação com a UE
O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, disse hoje ter defendido perante o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, a "importância crucial" da aliança entre Estados Unidos e União Europeia e considerou que se conseguiu fazer explicar.

Em declarações aos jornalistas portugueses, após o seu encontro com o Presidente dos Estados Unidos da América, na Sala Oval da Casa Branca, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que estas reuniões são uma oportunidade para "cada parte explicar bem os seus pontos de vista".

Pela parte portuguesa, adiantou que foi possível expor "o porquê é importante para os Estados Unidos da América não criarem problemas com um aliado natural que é a União Europeia, por que é que é importante economicamente, por que é que é importante politicamente, por que é que é importante estrategicamente".

"Eu penso que consegui fazer-me explicar. Isso é importante porque os interlocutores ficam com mais dados, com mais factos, com mais elementos. Uns conheciam, outros são adicionais", acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa argumentou que, no plano da defesa e da segurança, "a Europa tem uma importância crucial para os Estados Unidos da América, porque a NATO compreende uma intervenção fundamental da Europa, sobretudo quando se olha não apenas para leste, mas para sul, e a Europa e os europeus chegaram onde em muitos casos os norte-americanos, por causa da sua história, não chegaram".

"Isso é muito importante. E eu penso que esses pontos passaram bem na conversa", reforçou.




C/Lusa

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