Marcelo Rebelo de Sousa quer levantamento do cadastro florestal

por RTP

Foto: Lusa

O presidente da República afirmou que há o risco de se chegar a 2030 com um “cadastro altamente incompleto” em relação à realidade que é fundamental para a prevenção e combate aos incêndios florestais.

Temos os problemas aqui apontados pelo senhor ministro da Administração Interna que estão a ser enfrentados. Mas demoram tempo. A propriedade fundiária, o reordenamento florestal. Eu junto o cadastro. O cadastro faz-me sofrer. A lentidão. Eu penso que corremos o risco de chegar a 2030 com um cadastro altamente incompleto em relação a realidade que e fundamental para a prevenção e combate aos incêndios”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, na Câmara Municipal da Guarda.

O PR visitou o território afetado pelo grande fogo na serra da Estrela, que em agosto atingiu um total de 24 mil hectares de área ardida.

Nesta visita foi acompanhado pelo ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, sendo que além da Covilhã, também realizou passagens pelos concelhos de Manteigas, Seia, Gouveia, Celorico da Beira e Guarda.

Eu sei que tem de ser assim porque o rigor científico e técnico assim o exige. Mas é uma dor de alma não ser possível definir quem é proprietário de quê. Há limitações estruturais”, frisou.

É preciso que os portugueses percebam o que está a ser feito. O senhor ministro (José Luís Carneiro) tem sido nisso muito, muito claro nas suas comunicações, aliando a preocupação da confiabilidade. Só confia quem percebe. Se não percebe não confia e a confiança é essencial para prevenir e depois para responder”, disse.

Por último, Marcelo Rebelo de Sousa disse que em relação aos fogos não se pode esquecer uma questão que é fundamental: “O Portugal Metropolitano não vê os fogos florestais como vê o resto do território continental. Não vê e em muitos casos não sente. Isto foi particularmente visível em 2017 e 2018. Para o Portugal Metropolitano certas realidades como esta que aqui nos une pode não ser uma evidencia ou, pelo menos, uma evidência muito forte”.

Por isso, salientou a necessidade do trabalho adicional, “da “pedagogia lenta e permanente que é preciso fazer”.

“Num país centralizado há quase nove séculos é uma revolução nas mentalidades a descentralização”, concluiu.

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