Marcha da Marijuana assinalada sexta-feira em Portugal, pela primeira vez

A legalização do consumo de marijuana e direito de cultivar "cannabis" são dois pedidos que um grupo de cidadãos vai fazer sexta-f eira à noite em Lisboa, no âmbito de uma iniciativa que envolve 200 cidades do m undo.

Agência LUSA /

Pela primeira vez uma cidade portuguesa participa na "Marcha Global da Mar ijuana", um movimento que começou em 1999 nos Estados Unidos e que este ano terá a participação de, até hoje, 199 cidades de todo o mundo, em defesa do direito de consumir haxixe livremente.


A "Marcha Global da Marijuana" realiza-se todos os anos no primeiro sábado de Maio. Em Lisboa a data é assinalada com uma concentração sexta-feira à noite no Bairro Alto, com distribuição de informação pelos frequentadores da zona a p artir da 24:00.

Pedro Pombeiro, um dos organizadores da iniciativa, explicou à Lusa que a data vai ser assinalada por um grupo de pessoas que não está ligado a partidos o u associações, à falta de um movimento social ou organizado que defenda a libera lização do consumo de haxixe.

O grupo vai defender também a legalização da "cannabis" (ou cânhamo, plant a a partir da qual se produz o haxixe, ou marijuana) para fins terapêuticos e o fim à perseguição dos consumidores, que "apesar da liberalização de consumo cont inuam a sofrer multas e a ser perseguidos socialmente", segundo Pedro Pombeiro.

A data é assim assinalada apenas com a iniciativa da noite de sexta-feira para sábado e será "mais um acto simbólico", longe da amplitude de iniciativas n outras cidades, como Amesterdão, onde até se realizam "feiras do cânhamo", uma p lanta que é também usada na indústria dos tecidos e do papel.

Pedro Pombeiro garante que o objectivo da iniciativa não é incentivar o co nsumo de haxixe mas sim defender o direito a esse consumo, com a substância a se r vendida em locais específicos, para adultos, e sem publicidade, como acontece em Amesterdão, na Holanda.

"Quando é legal há mais informação, hoje compra-se haxixe em qualquer esqu ina, sem informação, onde muitas vezes se está a comprar uma quantidade mínima d e haxixe e o resto de produtos impossíveis de identificar", avisou.

A marcha a favor do haxixe começou por se chamar "The Million Marijuana Ma rch", adoptando em 2005 o actual nome, "Global March Marijuana".

No primeiro ano juntou mais de 20 mil pessoas só em Nova Iorque e dez mil em Londres. Este ano, ainda que não haja previsões de adesão, sabe-se que partic ipam cidades de países como Israel, Japão, Canadá, Austrália, Brasil, Argentina, Estados Unidos e praticamente de toda a Europa.

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