Marcha em Lisboa pela legalização Cannabis

A legalização do cultivo, venda e consumo medicinal e recreativo da cannabis é um dos principais objectivos da Marcha Global da Marijuana, uma manifestação que se realiza sábado simultaneamente em 200 cidades, incluindo Lisboa e Porto.

Agência LUSA /

Num manifesto disponível na Internet - e que até quarta-feira tinha sido assinado por 180 pessoas - a Comissão Organizadora da Marcha Global da Marijuana em Lisboa (COM.MARIA) afirma que a iniciativa visa também apelar a uma maior investigação quanto às utilizações benéficas da planta.

A COM.MARIA quer a "legalização da cannabis e das suas utilizações", bem como regulamentar "modos de obtenção da cannabis" e "encorajar o estudo e a pesquisa das muitas utilizações benéficas da planta Cannabis Sativa L.".

Para o efeito, a COM.MARIA propõe a "despenalização da posse, cultivo e uso de cannabis", a "criação de regulamentação para estabelecimentos públicos" para consumo de cannabis, bem como a permissão para que "médicos e outros profissionais de saúde tenham possibilidade de recomendar o uso de cannabis no tratamento terapêutico".

Os organizadores da Marcha consideram que a proibição do consumo de cannabis "não é do interesse público" pois põe em risco a saúde dos cidadãos, fomentando o mercado negro.

Por isso mesmo querem "chamar a atenção dos governos, dos decisores políticos e das instituições relacionadas com as drogas e a toxicodependência em concreto, e da sociedade civil em geral, para as vantagens da legalização/ normalização do cultivo, venda e consumo de cannabis".

Considerando "absurdo, e até incompreensível" a proibição, a COM.MARIA destaca "a ineficácia e o falhanço da proibição na sua missão de reduzir o consumo, o tráfico de drogas e o crime associado".

Entre os mandatários do manifesto da Marcha de Lisboa contam-se o músico Vitorino Salomé, o activista José Falcão, da SOS-Racismo, e o capitão de Abril Mário Tomé.

Até quarta-feira pelo menos 180 pessoas tinham subscrito o manifesto, entre os quais professores, jornalistas, investigadores, psicólogos e muitos estudantes.

A primeira marcha global da marijuana em Portugal realizou-se o ano passado, apenas em Lisboa, e foi organizada por um grupo de amigos que tomou conhecimento da iniciativa através da Internet, que conseguiu reunir entre cem e 200 pessoas na rua pela legalização da cannabis.

Este ano, os organizadores esperam que apareça mais gente na marcha em Lisboa, que "foi organizada com mais tempo", e até foi divulgada em Nova Iorque.

Em Lisboa, a concentração dos participantes começa às 14:00 no Jardim das Amoreiras, estando o arranque da marcha previsto para as 16:00 do Largo do Rato com destino ao Largo Camões.

Antes, durante e depois da marcha haverá animação, com DJ`s, bandas de percussão e grupos de música.

Já no Porto, a concentração é às 15:00 na Praça do Marquês, de onde partem para a Praça D.João I.

Também no norte o cortejo terá música e uma festa de encerramento, em que os participantes da marcha têm entrada livre.

A organização da marcha do Porto apela, no site, para que as pessoas levem "roupa verde, tintas para o rosto - de preferência em tons de verde -, apitos de plástico, panos com slogans reivindicativos (mas não ofensivos), alegria, pequenas quantidades, djambés , pandeiretas", entre outros `adereços`.

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