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Mário Nogueira deixa Fenprof com "balanço muito positivo" do sindicalismo na Educação

por Inês Moreira Santos - RTP
Nuno Patrício - RTP

Mário Nogueira está de saída da Federação Nacional dos Professores, depois de 18 anos como dirigente sindical. Em entrevista à RTP, o secretário-geral cessante da Fenprof faz um "balanço muito positivo" do sindicalismo no setor da Educação e garante que, mesmo depois de terminar o mandato, continuará a acompanhar o trabalho e a luta.

"Chegamos a este congresso (...) com um crescimento da sindicalização", afirmou Mário Nogueira, que acrescentou que a Fenprof tem 50 mil associados, "o que é uma grande taxa de sindicalização no setor".

"A participação dos colegas nas reuniões (...) é muito grande"
, assim como nas "iniciativas e nas ações".

Entrevistado no Bom Dia Portugal, Mário Nogueira admitiu que o principal motivo para se manter como secretário-geral mais um mandato foi o setor estar "à beira de uma grande conquista para os professores, que era a recuperação do tempo de serviço".

Com a realização de várias manifestações e greves distritais ao longo de 2023, houve "uma pressão muito grande que levou, na campanha eleitoral do ano passado, a que todos os partidos tivessem (...) prometido - e depois concretizou-se - a recuperação desse tempo".

Esta conquista para os profissionais de Educação trouxe um "novo fôlego" para a Fenprof, porque se "os sindicatos não tiverem um trabalho juntos dos professores" e se os "professores virem que não fazem nada para conseguir os seus objetivos reivindicativos", é evidente "que os professores se afastam".

"Penso que no nosso setor a Fenprof é reconhecida como uma organização combativa", considerou.
Foto: Paulo Domingos Lourenço - RTP

Apesar de estar a terminar o mandato, o ainda secretário-geral anunciou que a Fenprof vai entregar ao próximo Ministério da Educação "uma proposta de revisão do Estatuto de Carreira de Docente", o que frisou como "importantíssimo para ver se os jovens que querem ser professores e se os professores jovens voltam" para a docência.Ao longo de 18 anos à frente da estrutura sindical, Mário Nogueira trabalhou com vários governos e admitiu que "nunca houve facilidades" em nenhuma legislatura.


"A dificuldade é sempre quando não querem reunir. Quando não querem negociar. E costumo sempre destacar o que se passou com o ministro Tiago Brandão Rodrigues, em que a nossa luta era conseguir chegar à fala com o ministro, conseguir negociar", explicou.

"Chegámos a estar uma semana acampados à porta do Ministério já com o sucessor João Costa e conseguimos desbloquear"
.

Na perspetiva de Mário Nogueira, "desde que haja diálogo há sempre uma porta aberta para resolver problemas".

"Não fazemos uma greve só porque sim. Fazemos uma greve porque temos objetivos para conseguir atingir".

De saída do cargo de dirigente da Fenprof, Mário Nogueira garante que continuará a "acompanhar" o trabalho sindical.
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