"Como somos uma maternidade, a utilização dos blocos operatórios pode ser adequada às respostas necessárias em obstetrícia", admitiu hoje Paulo Sarmento, presidente do Conselho de Administração da Maternidade Júlio Dinis, em declarações à Lusa.

O responsável destacou, no entanto, que a unidade de saúde beneficia do facto de apenas servir uma especialidade médica.

A Maternidade Júlio Dinis apresenta, segundo dados do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), uma media de tempo de espera inferior a um mês (0,79), sendo a mais baixa a nível nacional.

"Os resultados não foram novidade para nós. Há cerca de um ano e meio que estamos a operar doentes que estão em lista de espera noutros hospitais e um dos pressupostos para isso acontecer é não termos lista de espera", frisou Paulo Sarmento.

A maternidade portuense possui três blocos operatórios, sendo um dedicado a situações de urgência e os dois restantes utilizados em intervenções de rotina em obstetrícia.

"Nos outros hospitais, a especialidade de obstetrícia tem que `negociar` os tempos de bloco com outras especialidades médicas, o que não acontece aqui na maternidade", salientou Paulo Sarmento.

A Maternidade Júlio Dinis tem como zona de referência a "quase totalidade" da Área Metropolitana do Porto, recebendo doentes de "sete décimos dos centros de saúde do Grande Porto".

"Temos muita gente para operar, mas temos a possibilidade de gerir os três blocos apenas para uma especialidade médica", acentuou.

A maternidade portuense realiza cerca de 3.100 partos por ano, a que se juntam mais 1.500 cirurgias de obstetrícia anuais, o que totaliza cerca de 4.600 intervenções cirúrgicas por ano.