Médica agredida. Ordem reclama medidas, tutela condena violência

por RTP
“O Ministério da Saúde reitera a condenação de todos os atos de violência”, lê-se numa nota publicada no portal do Serviço Nacional de Saúde Pedro A. Pina - RTP

O caso da médica agredida quando se encontrava ao serviço na Urgência do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, levou a Ordem dos Médicos a manifestar solidariedade para com a profissional e a exigir medidas quer do Governo, quer do Ministério Público. O Ministério da Saúde veio este domingo condenar “todos os atos de violência”.

“Ao tomar conhecimento da agressão ocorrida no Serviço de Urgência do Hospital de Setúbal contra uma profissional de saúde, o Ministério da Saúde reitera a condenação de todos os atos de violência, nomeadamente contra os profissionais que se encontram no exercício de funções assistenciais”, lê-se numa nota publicada no portal do Serviço Nacional de Saúde.

O caso teve lugar na passada sexta-feira no Serviço de Urgência do Hospital de São Bernardo. Foi no sábado condenado pela Ordem dos Médicos, que reclamou mesmo uma “intervenção urgente” por parte do Ministério de Marta Temido, mas também do Ministério Público.
Vânia Pereira Correia, Rui Magalhães - RTP

Em comunicado, a Ordem classificava ontem estes acontecimentos como “absolutamente inaceitáveis, recordando tratar-se de um alegado crime público.

“A nossa primeira palavra de solidariedade é para com a nossa colega violentada em pleno local de trabalho. Não é de todo aceitável que quem está a salvar vidas não veja a sua própria vida devidamente protegida”, afirmou o bastonário Miguel Guimarães.A Ordem dos Médicos assinala que os casos de violência contra profissionais de saúde estão a aumentar, lamentando que tal “aumento exponencial da violência seja mais um sinal de que o Serviço Nacional de Saúde não está bem”.


Também o Sindicato Independente dos Médicos repudiou a agressão e declarou-se solidário com “a médica barbaramente agredida”, que teve de ser submetida a uma intervenção cirúrgica de urgência, no Hospital de São José, em Lisboa, por causa de uma lesão oftalmológica.

O SIM enfatiza mesmo um “veemente protesto por, mais uma vez, este crime público ser encarado por parte de alguns protagonistas do sistema de justiça com alguma ligeireza restituindo o agressor à liberdade e perpetuando o sentimento de impunidade”.

Será de equacionar ainda que em situações semelhantes os médicos ao serviço interrompam a sua atividade - à exceção dos doentes laranja e vermelhos - em solidariedade para com as vítimas e até que estejam restabelecidas plenas condições de segurança”, prossegue o comunicado da estrutura sindical.

De acordo com a edição de sábado do Correio da Manhã, a médica, de 65 anos, foi esbofeteada e espancada na unidade hospitalar de Setúbal por uma mulher de 25 anos, que ficou em liberdade.

A agressão terá decorrido do facto de a médica ter informado a agressora de que não estava grávida e que poderia, como tal, esperar pelo exame na sala de espera.

c/ Lusa
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