Médicos militares na Régua ajudam a combater listas de espera

por Lusa

Médicos das Forças Armadas estão esta semana no centro de saúde do Peso da Régua, distrito de Vila Real, a atender utentes e a contribuir para reduzir as listas de espera de várias especialidades nesta região.

A iniciativa insere-se nas atividades do 10 de Junho que, em 2023, se celebra na cidade da Régua e foi coordenada com o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Marão -- Douro Norte e o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD).

"Houve essa solicitação, que partiu do ACES e do CHTMAD, no sentido de as Forças Armadas poderem colaborar no combate às listas de espera em certas especialidades", afirmou hoje o comodoro Francisco Guerreiro, diretor do Hospital das Forças Armadas.

Na unidade de saúde vão estar até sexta-feira 15 médicos de sete especialidades: cardiologia, pneumologia, otorrinolaringologia, oftalmologia, cirurgia vascular, ortopedia e urologia, provenientes dos polos hospitalares de Lisboa e do Porto.

Jorge Sousa, coordenador da Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC) Douro, elogiou a iniciativa e disse que é dirigida aos doentes que estavam em lista de espera.

"Aproveitamos esta oportunidade para chamar os doentes que estavam realmente a precisar destas consultas, foi um trabalho que conseguimos fazer com os médicos de família", salientou.

Angelina Morais, 65 anos, está na lista de espera "há dois, três meses" para a especialidade de ortopedia e foi uma das utentes que foi chamada para uma consulta.

Dentro do consultório encontrou um médico fardado a quem se queixou de dores nas mãos e disse estar à espera de ser atendida no CHTMAD, para onde foi referenciada pela médica de família.

"Fiquei mais sossegadinha", disse no final aos jornalistas.

O médico ortopedista Nuno Gomes referiu que alguns doentes saem da consulta "mais esclarecidos e saem medicados".

"Aqueles que podem precisar de uma intervenção cirúrgica têm de aguardar pela orientação para a especialidade no hospital da área de residência (...) No caso de não precisarem de uma consulta de ortopedia no hospital, porque, por exemplo, a indicação cirúrgica não se põe, aí poupamos tempo porque resolvemos já a situação e o doente não precisa de aguardar pela consulta", explicou.

Os médicos militares fazem uma primeira abordagem ao doente, identificam o problema e exames necessários, a solicitar pelo médico de família, para complementar o diagnóstico e ajudar na abordagem terapêutica.

Nuno Gomes considerou que "esta é uma forma de aproximação à população" e que "isso também é importante, não só para dar o apoio mais objetivo e mais imediato, mas para que a população perceba o que as Forças Armadas têm para oferecer".

O comodoro Francisco Guerreiro referiu que estão a ser feitos cerca de 100 atos médicos por dia, entre consultas das especialidades, rastreios de medicina dentária e rastreios de hipertensão e diabetes.

E especificou que os militares estão a fazer rastreios de medicina dentária nos centros de saúde de Mesão Frio e Santa Marta de Penaguião.

Na zona ribeirinha da Régua, por onde se espalha a exposição das Forças Armadas, estão instalados dois postos médicos avançados onde estão a ser feitos rastreios e onde também se dá apoio aos militares no âmbito dos eventos e cerimónias que vão decorrer durante a semana.

Entre médicos, enfermeiros e socorristas, esta missão junto da comunidade do Douro empenha cerca de 50 profissionais dos três ramos das Forças Armadas: Exército, Marinha e Força Aérea.

"Insere-se numa lógica de aproximação, que cada vez mais tem acontecido, da saúde militar em geral e do Hospital das Forças Armadas à sociedade civil", salientou Francisco Guerreiro, lembrando o papel desempenhado no combate à pandemia de covid-19.

As comemorações do Dia de Portugal começaram na segunda-feira, na África do Sul, e vão terminar em Portugal, no Peso da Régua, distrito de Vila Real, onde no sábado terá lugar a cerimónia militar do 10 Junho.

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