Meios de combate a incêndios sobem para nível Delta com dois helicópteros em manutenção
A partir desta terça-feira, o dispositivo de combate aos fogos está na capacidade máxima, com o reforço de meios e ativados os níveis Charlie, para incêndios rurais, e Delta, para fogos florestais. Até 30 de setembro, passam a estar no terreno em permanência 11.161 operacionais e 69 meios aéreos - ainda assim, menos sete do que os previstos pela Proteção Civil.
No dia em que mais de 80 concelhos dos distritos de Vila Real, Braga, Bragança, Porto, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Santarém, Portalegre e Faro estão em perigo máximo de incêndio, o dispositivo passa a envolver 11.161 operacionais e 69 meios aéreos prontos de prontidão para o combate às chamas. Há, contudo, 72 meios aéreos (menos sete do que os 76 que a Proteção Civil tinha previsto), estando dois helicópteros em manutenção.
A Diretiva Operacional Nacional (DON), que estabelece o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) para este ano, indica que os meios são reforçados esta terça-feira, pela terceira vez este ano com a entrada em vigor do denominado "reforçado - nível Delta", que se prolonga até 30 de setembro. O DECIR prevê para esta altura do ano 79 meios aéreos, sendo que três são helicópteros da AFOCELCA (empresa de proteção florestal vocacionada para o combate a incêndios rurais).
Os helicópteros ligeiros inoperacionais para manutenção estão sediados nos Centros de Meios Aéreos (CMA) de Arcos de Valdez (Viana do Castelo) e Santa Comba Dão (Viseu).A Proteção Civil indica que se encontram "ainda por posicionar cinco helicópteros ligeiros previstos para os CMA de Mafra, Portalegre, Grândola, Ourique e Moura", o que resulta de "constrangimentos no processo de contratação conduzido pela Força Aérea Portuguesa, uma vez que os concorrentes ao procedimento inicial recusaram a celebração do contrato ou não reuniram os requisitos exigidos".Nos próximos três meses, vão estar disponíveis e "em permanência" 11.161 operacionais, 2.293 equipas e 2.417 veículos, números que podem aumentar em caso de necessidade, prevendo o dispositivo a mobilização em 24 horas de meios adicionais que podem chegar aos 15.024 elementos de 2.567 equipas e 3.411 viaturas.
Estes operacionais envolvidos no DECIR até setembro são elementos pertencentes aos bombeiros voluntários, na sua maioria, Força Especial de Proteção Civil, militares da Guarda Nacional Republicana e elementos do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, nomeadamente sapadores florestais e sapadores bombeiros florestais.De acordo com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, a DON deste ano deixou de integrar os meios e recursos afetos à vigilância e deteção e contempla apenas os recursos permanentes, mobilizáveis e efetivos para o combate aos fogos.
Dados provisórios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) dão conta de que este ano, entre janeiro e junho, se registaram 2.459 ocorrências de fogo, que provocaram 6.104 hectares de área ardida. Em relação ao mesmo período do ano passado, ocorreram mais 647 incêndios e a área ardida mais do que duplicou.
Risco elevado de incêndios
O IPMA colocou ainda em risco muito elevado e elevado quase todos os concelhos dos 18 distritos do continente. De acordo com os cálculos do instituto, o perigo de incêndio rural vai manter-se elevado em alguns distritos, pelo menos, até ao fim de semana.
Devido ao tempo quente, o IPMA colocou hoje oito distritos do continente sob aviso laranja com persistência de valores elevados da temperatura máxima.
Os distritos de Bragança, Évora, Guarda, Vila Real, Santarém, Beja, Castelo Branco e Portalegre vão estar sob aviso laranja até às 21h00 desta terça-feira, passando depois a amarelo até às 18h00 de quinta-feira.
O IPMA colocou também sob aviso amarelo por causa do tempo quente os distritos de Setúbal, Lisboa, Leiria, Aveiro e Coimbra até às 21h00 de hoje, Porto, Faro e Viana do Castelo até às 18h00 de quarta-feira e Viseu e Braga até às 18:00 de quinta-feira.
Em Pinhel já está controlado o incêndio que chegou a mobilizar cerca de uma centena de operacionais. O incêndio de Aljustrel também já foi dado como dominado.
O fogo terá consumido mais de mil hectares de eucaliptal e pasto e pelo menos sete bombeiros tiveram de ser assistidos por exaustão e inalação de fumo.
Um outro incêndio que deflagrou em Alvarenga, no concelho de Arouca, também já foi controlado e entrou em fase de rescaldo ao início da noite de segunda-feira. O mesmo aconteceu com o incêndio de Castelo Branco, que deflagrou no domingo.