Memórias do Moinho de Maré do Cais das Faluas renascem em livro
As memórias do Moinho de Maré do Cais das Faluas, no Montijo, que ostenta as armas da Ordem Militar de Santiago, foram recuperadas num livro que vai contribuir para a divulgação da história local, anunciou a autarquia.
"Moinho de Maré do Cais das Faluas - O Renascer de uma Memória" é o título do livro a apresentar sexta-feira na Galeria Municipal, no âmbito da colecção Estudos Locais, editada pela Câmara do Montijo para dar a conhecer aspectos da cultura local desde os tempos mais longínquos até à actualidade.
A obra, assinada por Adolfo Silveira Lopes, Jorge Miranda, Rogério Abreu e Teresa Albino, faz um enquadramento geral da actividade moageira e retrata pormenorizadamente a recuperação do moinho, iniciada pela autarquia em Fevereiro de 2004.
A reconstrução do moinho, que se encontrava em ruínas, seguiu a tipologia, funcionalidade e memória do edifício, sendo a obra acompanhada por arqueólogos náuticos que descobriram alguns artefactos de valor histórico, nomeadamente uma moeda do século XVII e utensílios usados pelos moleiros.
Trata-se de um moinho de seis rodízios que faz parte de um conjunto de cinco, construído a partir do período dos Descobrimentos (séculos XV e XVI).
A primeira referência documental data de 1645, mas as armas que ostenta testemunham que pertenceu à Ordem Militar de Santiago, que participou activamente na Reconquista.
Ao longo dos séculos, o moinho foi mudando de proprietário e de arrendatário, com a última referência datada de 1947, quando Manuel Luís Bisca o vendeu à Sociedade Comercial Sancho Barreira & Cabrita.
Em 1985 foi cedido ao município para restauro, sendo propriedade municipal desde o ano passado.