Mendes quer Sócrates e MAI no Parlamento para explicar invasão propriedade em Silves

O líder do PSD desafiou hoje o primeiro-ministro e o ministro da Administração Interna a deslocarem-se ao Parlamento para explicarem e assumirem responsabilidades no caso da invasão de uma exploração de milho transgénico em Silves.

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"Ficava bem ao primeiro-ministro dar a cara", disse o líder social-democrata, Luís Marques Mendes, em declarações aos jornalistas à margem de uma acção de campanha para as eleições directas do PSD.

Sublinhando a gravidade da situação que na sexta-feira envolveu cerca de uma centena de activistas anti-transgénicos, que invadiram uma herdade em Silves e destruíram cerca de um hectare de milho transgénico, Marques Mendes adiantou que o PSD vai pedir "a convocação urgente" da comissão permanente da Assembleia da República para discutir a matéria.

"Espero que o pedido não seja negado (...), só faltava mais isso", referiu, considerando que, "no mínimo", o ministro da Administração Interna deve estar presente na reunião para explicar o que aconteceu e assumir as responsabilidades.

Contudo, acrescentou, seria bom que também o primeiro-ministro se deslocasse ao Parlamento, já que se trata de uma "matéria grave" e poderão existir "indícios de que o Governo acarinhou ou patrocinou uma iniciativa que acabou em violência".

O Diário de Notícia revela na edição de hoje que o Ecotopia, encontro internacional que decorre em Aljezur e de onde saíram os jovens que participaram na destruição de um hectare de milho transgénico, é apoiado pelo Instituto Português da Juventude.

"Destruir propriedade privada é crime, nada justifica invadir e destruir propriedade privada e nas barbas da GNR. O Estado tem obrigação de defender os bens e as pessoas. É preciso apurar responsabilidades, saber porque a GNR não previu e evitou um crime", salientou o líder social-democrata.

Além disso, acrescentou Marques Mendes, o comunicado emitido pelo Governo acerca dessa situação "é omisso no essencial", porque não explica a razão porque, tendo estado presente, a GNR não agiu.

"Ninguém sabe quem é a responsabilidade e quem assume as consequências", lamentou, classificando esta situação como "a negação da autoridade do Estado".

"Tem de haver responsabilidades e consequências", insistiu.

Hoje, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, já apelou às às autoridades competentes para que investiguem a invasão de uma exploração de milho transgénico em Silves, sublinhando ser necessário que "não reste qualquer dúvida de que a lei é para ser cumprida".

"A violação de propriedade privada é uma violação da lei e espero bem que as autoridades competentes não deixem de fazer as investigações necessárias", afirmou Cavaco Silva, que falava aos jornalistas à margem de uma cerimónia de homenagem a 200 autarcas algarvios.


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