Militantes reivindicam eleições na distrital só depois do congresso

por Agência LUSA

Um grupo de militantes do PSD que inclui Paulo M orais, ex-governantes, ex-deputados e dirigentes de vários núcleos reivindicou h oje que as eleições para a distrital do Porto só ocorram depois do congresso nac ional do partido.

Numa carta enviada hoje ao presidente da Assembleia Distrital do Porto do PSD, em que manifestam a sua "estupefacção" pela "extemporânea demissão da co missão política distrital", os militantes solicitam que as eleições ocorram "ape nas após a realização do congresso", marcado para 17 e 18 de Março.

O líder da distrital do Porto do PSD - e crítico do líder do partido, M arques Mendes -, Marco António Costa, convocou recentemente eleições antecipadas para a estrutura (a 11 de Março), tendo rapidamente surgido a candidatura de Ag ostinho Branquinho, um nome próximo de Rui Rio que conta com o apoio da maioria dos "notáveis" do partido, incluindo presidentes de câmara, deputados e mesmo Lu ís Filipe Menezes.

O grupo de militantes considera na carta que Marco António cai "em supr ema contradição" por, acusando Marques Mendes de "querer marcar eleições à press a" para a liderança do PSD, acabar ele próprio por fazer algo semelhante no que toca à distrital.

O documento é subscrito por nomes como o ex-vice-presidente da Câmara d o Porto Paulo Morais, os ex-governantes Carlos Brito e Faria de Almeida, os ex-d eputados José Puig, Arlindo Moreira e Arnaldo Madureira, Luís Rocha e dirigentes de núcleos do distrito.

"Entendemos que a marcação de eleições distritais nas proximidades de u m congresso com a importância daquele que se avizinha irá na prática impedir a p articipação de alguns destacados militantes (...) nomeadamente na discussão da r evisão dos estatutos", lê-se na carta, a que a Lusa teve acesso.

A realização de eleições antes do congresso impediria ainda, diz o grup o, que "os militantes do Porto se pronunciassem sobre os seus órgãos à luz dos n ovos estatutos e regulamentos", além de que colocaria a distrital em situação an ómala face ao resto do país, com estruturas eleitas já com base nas novas regras .

Fonte do grupo de militantes disse à Lusa que ele surgiu "face à necess idade clara de reabilitar eticamente o partido, nomeadamente no distrito do Port o".

"Este movimento não surge contra ninguém, pretende apenas lutar contra a anulação completa do debate e da actividade política dentro do partido, para q ue este não se resuma a brigadas de voto", disse.

A mesma fonte adiantou que está a ser analisada a hipótese de se criare m candidaturas próprias quer à liderança da distrital quer aos seus órgãos direc tivos.

Depois de uma primeira reunião quarta-feira à noite, o grupo tem já um calendário de encontros para decidir as medidas que vai adoptar.

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