Militar da GNR morreu em colisão entre embarcações no rio Guadiana

Um militar da Guarda Nacional Republicana (GNR) morreu e três ficaram feridos, na segunda-feira à noite, após uma colisão no rio Guadiana entre uma embarcação da guarda e uma lancha rápida, presumivelmente ligada ao tráfico de droga. O Governo e o Presidente da República lamentaram a morte do militar e o Ministério da Administração Interna garante que "tudo fará" para deter os autores do crime.

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Foto: Cristina Sambado - RTP

A ministra da Administração Interna adiantou esta terça-feira que o militar que morreu em serviço "perseguia uma lancha rápida no rio Guadiana" e que aquele tipo de lanchas "normalmente fazem todo o tráfego de substâncias ilícitas e de pessoas, neste caso tráfico de estupefacientes". 

Na chegada ao Parlamento, Maria Lúcia Amaral assegurou que o Governo "tudo fará, em articulação com as autoridades espanholas, para deter os autores deste crime".
O acidente aconteceu por volta das 23h15 de segunda-feira na zona de Alcoutim, distrito de Faro, numa operação da Unidade de Controlo Costeiro e de Fronteiras da GNR.

Depois do embate, a outra embarcação fugiu, afirma a GNR à Antena 1, não adiantando detalhes. A lancha rápida transportaria droga vinda do norte de África para a Europa.

Já ao final da manhã, em declarações à RTP, o tenente coronel Carlos Canatário, porta-voz da GNR, adiantou que o tipo de embarcação envolvida neste embate, pelas suas características, estão relacionadas com o tráfico de estupefacienteso, mas também pelo "tipo de movimentação" e pela hora a que ocorreu, o que acabou por motivar o alerta. 
embarcação suspeita foi encontrada a arder, a cerca de duas milhas (quase quatro quilómetros) da zona do acidente, "estando ainda em curso, no Rio Guadiana e suas margens, diligências para apurar as circunstâncias em que ocorreu o incêndio e a fim de recolher prova material e localizar os suspeitos", lê-se num cominicado da GNR enviado às redações.

"Dadas as características da embarcação de alta velocidade, presume-se que esteja ligada ao tráfico de droga", adiantou a fonte da GNR à agência Lusa.
A Polícia Judiciária foi igualmente contactada e acionada, encontrando-se a desenvolver as investigações relativas ao caso, no âmbito das suas competências.

Segundo a GNR, para o local foram acionados militares do Destacamento de Controlo Costeiro de Olhão, da Unidade de Controlo Costeiro e de Fronteiras, com o objetivo de proceder à localização e abordagem embarcação de alta velocidade (EAV).

De acordo com o Comando sub-regional da Proteção Civil do Algarve, foram chamados ao local 35 operacionais, com elementos da Autoridade Marítima, da GNR, dos bombeiros, do INEM, da PJ e da Guardia Civil, de Espanha.

O apoio psicológico da Guarda Nacional Republicana foi de imediato acionado para acompanhamento dos militares envolvidos e respetivas famílias.

"A GNR lamenta profundamente esta ocorrência e apresenta os mais sinceros votos de pesar à família e aos camaradas do militar falecido, expressando o seu reconhecimento pelo exemplo de dedicação e sentido de missão demonstrado em serviço", remata a nota da Guarda Nacional Republicana. 
Parlamento, MAI e Presidente lamentam morte de GNR

Também esta manhã, em comunicado, o Ministério da Administração Interna lamentou a morte do militar da GNR e desejou a "rápida e plena recuperação" dos três militares que ficaram feridos. 

"O Cabo Pedro Nuno Marques Manata e Silva, de 50 anos, perdeu a vida, enquanto cumpria o seu dever, numa colisão com uma lancha rápida, ligada ao narcotráfico, no rio Guadiana, no concelho de Alcoutim, distrito de Faro, junto à fronteira com Espanha", lê-se na nota enviada às redações. 

"Em nome do Governo, o Ministério da Administração Interna dirige, neste momento trágico, uma palavra de solidariedade e sentidas condolências à família, aos amigos, à Guarda Nacional Republicana e, em particular, aos militares da Unidade de Controlo Costeiro e de Fronteiras", lê-se ainda.

O Presidente da República manifestou igualmente o seu pesar pela morte do militar da GNR. 

Numa nota publicada no site da presidência esta terça-feira lê-se que Marcelo Rebelo de Sousa "já apresentou pessoalmente as mais sentidas condolências à esposa, filhos e demais família enlutada, bem como as expressa a todos os seus amigos e à própria GNR, neste momento particularmente difícil para todos os seus militares e civis".

"O Chefe de Estado está a acompanhar a situação dos três militares feridos, a quem transmite a sua solidariedade e apoio, esperando a sua rápida recuperação", conclui a mensagem na página da presidência. 

Mais tarde, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a lamentar a morte do militar, salientando também o "pesar pessoal" pela vítima, uma vez que "conhecia bem a família". 
Apontou a um "ato criminoso" e "muito grave" em que a GNR mostrou a sua importância na defesa das fronteiras e na garantia da ordem e segurança públicas. 

No início dos trabalhos desta terça-feira antes da votação do Orçamento do Estado para 2026, o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco lamentou a morte do militar da GNR, num momento de homenagem com um aplauso de pé do Governo e em todas as bancadas. 

c/ Lusa
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