Militar morto no Afeganistão era um dos 148 comandos em missão até Fevereiro

O militar português morto hoje em Cabul era um dos 148 membros da companhia de Comandos do Exército Português integrados desde Agosto na Força Internacional de Assistência à Segurança (ISAF) da Aliança Atlântica no Afeganistão.

Agência LUSA /

O contingente português no Afeganistão divide-se em dois grupos princip ais e é composto, no total, por 196 militares: além dos 148 comandos, que termin am a missão em Fevereiro de 2006, 37 militares (33 da Força Aérea, dois do Exérc ito e um da Marinha) asseguram o comando do aeroporto internacional de Cabul (KA IA), que no início de Dezembro passa a ser comandado pela Grécia.

Completam o contingente os sete militares do grupo táctico de controlad ores avançados da Força Aérea (Tactical Air Controler Party, TACP, que iluminam alvos para ataques aéreos, sobretudo de aviões F-16) e quatro militares que inte gram o quartel-general da ISAF, também em Cabul, e que iniciaram a sua missão a 14 de Abril.

Os 148 comandos portugueses viajaram para o Afeganistão a 3 de Agosto e estão estacionados no aquartelamento de Camp Warehouse, uma infra-estrutura mil itar situada na estrada de Jalalabad, à saída da capital afegã, que serve de bas e a 2.400 militares de 15 nacionalidades diferentes, incluindo alemães, croatas, suecos ou finlandeses.

A estes militares, na sua maioria atiradores e integrados numa força de reacção rápida, têm cabido as missões de "controlo de zona" (urbana ou não), co ntrolo de estradas, incluindo patrulhas, montagem de postos de controlo, retirad a de pessoas, reacção contra uma ameaça ou vigilância e controlo de tumultos.

Portugal iniciou a sua participação na missão da NATO no Afeganistão a 23 de Fevereiro de 2002 (era então ministro da Defesa Rui Pena) com uma equipa s anitária composta por oito militares dos três ramos das Forças Armada (dois da Marinha, três do Exército e três da Força Aérea), que esteve integrada num regimento médico britânico.

Esta equipa, que esteve no terreno apenas um mês, até Abril de 2002, ef ectuou assistência médica em três centros de saúdea da área de Cabul, serviços d e socorro durante o recolher obrigatório e serviços no hospital de campanha do R eino Unido.

De 11 de Abril a 30 de Junho de 2002, Portugal participou na missão da NATO com um avião de transporte Hércules C-130, acompanhado por 15 militares, op erando a partir de Carachi, no Paquistão, que assegurou o transporte de combustí vel, carga e passageiros militares entre aquela cidade e Cabul, num total de 150 horas de voo.

A participação portuguesa na missão da NATO foi retomada a 29 de Maio d e 2004 com o envio para o KAIA de uma equipa de cinco bombeiros (um sargento e q uatro praças, que regressaram a 17 de Novembro desse ano) e três controladores d e tráfego aéreo, que terminaram a sua missão a 8 de Fevereiro de 2005.

A 21 de Julho de 2004 seguiu também para Cabul um C-130 acompanhado por 17 militares, que esteve integrado num destacamento combinado luso-belga a cump rir missões por vários pontos do Afeganistão até meados deste ano, em mais de 50 0 horas de voo, e um oficial do Exército, integrado no quartel-general da ISAF.

A força da Aliança Atlântica é composta por 10.090 soldados de 36 paíse s, destacados na província de Cabul e outras nove províncias do norte e do oeste do Afeganistão.

A Alemanha é o país que mais contribui para a ISAF (2.200 militares), s eguido da Itália (2.040), Canadá (819), Reino Unido (612), Espanha (607), Holand a (585) e França (580).

O contingente da NATO, que coexiste no terreno com tropas norte-america nas (que lideraram a intervenção inicial no Afeganistão), foi criado em Dezembro de 2001 e tem como objectivo apoiar a Autoridade Interina Afegã na criação e ma nutenção de condições de segurança no país, nomeadamente para que as organizações internacionais possam operar.

A operação militar no Afeganistão, para derrubar o regime talibã, foi lançada pelos Estados Unidos e forças aliadas a 7 de Outubro de 2001, na sequência dos atentados terroristas de 11 de Setembro do mesmo ano.


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