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Militares portugueses mostram capacidades na RD Congo

por Agência LUSA

Os fuzileiros portugueses integrados na missão militar da União Europeia (UE) para a República Democrática do Congo (RDCongo) participaram quinta-feira numa demonstração de força no centro do país, disse hoje o porta-voz da Marinha, comandante Brás de Oliveira.

"Foi feita uma demonstração no aeroporto da base de N`dolo em que seis dos nossos homens fizeram com os soldados franceses" um exercício para mostrar as capacidades da missão da UE, disse Brás de Oliveira contactado por telefone pela Agência Lusa.

O exercício, feito perante jornalistas, diplomatas e responsáveis congoloses, teve como objectivo mostrar a capacidades das forças especiais europeias para o resgate de pessoas sequestradas.

O contra-almirante alemão, Hinning Bess, adjunto do comandante francês da força, o general Christian Damay, explicou, por seu lado, à assistência, que estes homens têm capacidade para se infiltrar de noite ou de dia com toda a discrição, equipados com material com 40 quilogramas de peso.

"Estamos a mostrar que somos credíveis e ao mesmo tempo a dissuadir a existência de problemas" durante e depois das eleições presidenciais e legislativas do próximo dia 30, afirmou o general alemão Karl-Heinz Vierek, que comanda a missão desde Potsdam, Alemanha, onde está estacionado o comando-geral, citado pela imprensa internacional que assistiu ao exercício.

"Isto que estão a ver, reflecte o trabalho de 21 nações europeias", acrescentou.

Portugal contribuiu com cerca de 30 fuzileiros para a missão militar da UE destacada a apoiar os capacetes azuis da ONU durante o processo eleitoral na República Democrática do Congo (RDCongo).

Os fuzileiros portugueses integram a força de intervenção rápida europeia, composta por mais 200 militares das forças especiais francesas e suecas, que vai ficar estacionada em Port-Gentil, Gabão, sob comando directo do quartel-general situado em Potsdam, Alemanha.

Os soldados portugueses vão estar durante quatro meses no terreno apoiados por um C-130 e 16 militares da Força Aérea, que vão operar o avião.

A missão militar da UE, que dará apoio aos 17.000 capacetes azuis da MONUC, é composta por cerca de 2.000 homens de nacionalidade alemã, belga, britânica, espanhola, francesa, grega, italiana, polaca, portuguesa e sueca.

A cerca de uma semana das eleições gerais na RDCongo, as primeiras desde da independência do país da Bélgica, a 30 de Junho de 1960, têm-se registado confrontos na sequência de manifestações sobre alegadas irregularidades na campanha eleitoral.

Em outras províncias da RDCongo, ainda se registam ataques de forças rebeldes, mas as forças internacionais estão determinadas a realizar as eleições de 30 de Julho, para iniciar o processo de transição democrática no país.

A guerra civil na RDCongo começou em Agosto de 1998 entre dois grupos rebeldes, apoiados pelo Ruanda, Uganda e Burundi, e as forças governamentais, apoiadas pelos exércitos angolano, namibiano e zimbabueano.

O conflito, que durou quatro anos, provocou cerca de três milhões de mortos e mais de quatro milhões de deslocados.


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