O presidente executivo da Metro do Porto, Oliveira Marques, revelou hoje de madrugada na Assembleia Municipal do Porto que a empresa está a pagar as obras de remodelação da Avenida da Boavista, por estarem enquadradas na linha de metropolitano projectada para esta zona.

Fonte do Ministério das Obras Públicas disse à Lusa que este alegado financiamento é desconhecido do Ministério, pelo que, "a confirmar-se, terá por base qualquer protocolo entre a Metro do Porto e a Câmara do Porto".

"Consideramos que não é razoável que a Metro do Porto ou qualquer outro sistema de transportes pague uma intervenção urbana para além daquela que decorrer do espaço do canal", salientou a fonte.

A revelação de Oliveira Marques apanhou de "surpresa" a oposição à liderança PSD/CDS-PP da Câmara do Porto, que de imediato pediu esclarecimentos ao presidente executivo da empresa do metro.

Questionado por deputados municipais da oposição, Oliveira Marques admitiu que, caso o Governo não aprove o financiamento para a linha do metro prevista para a Avenida da Boavista, a autarquia portuense terá de ressarcir a Metro do Porto do valor da obra, cerca de seis milhões de euros.

Em comunicado difundido hoje, o PS refere que vai solicitar ao Governo, através dos seus deputados na Assembleia da República, "esclarecimentos sobre esta situação de utilização de dinheiro dos contribuintes fora das regras e de qualquer controle".

Os socialistas acusam o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio (PSD), confirmado segunda-feira pela "distrital" social-democrata como recandidato ao cargo, de se estar a servir da sua posição de administrador da Metro do Porto para "utilizar fundos públicos em projectos pouco sustentados".

O PS considera que as obras na Avenida da Boavista se estão a realizar apenas para permitir a realização, em Julho, de corridas de automóveis antigos, recuperando parte do Circuito da Boavista de Fórmula Um.