Diretora do SEF afastada do cargo em reunião com MAI

O jornal Expresso avançou ao início da noite que Constança Urbano de Sousa tinha demitido Luísa Maia Gonçalves, diretora do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), adiantando que a demissão estará relacionada com “o incumprimento dos objetivos da tutela”. O Ministério veio entretanto dizer que a ministra reuniu-se com a diretora do SEF para lhe comunicar a intenção de a exonerar, tendo Luísa Gonçalves apresentado a demissão.

RTP /
Pedro A. Pina

Numa curta nota enviada às redações, o Ministério tutelado por Constança Urbano de Sousa vem dizer que a ministra da Administração Interna “convocou hoje, dia 4 de outubro, a Diretora Nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Luísa Maia Gonçalves, para uma reunião com o propósito de lhe comunicar a sua intenção de a exonerar, tendo Luísa Maia Gonçalves apresentado a sua demissão”.

Nesta nota, não é apontada qualquer razão para o afastamento da diretora do SEF.

Luísa Maia Gonçalves foi nomeada como diretora nacional do SEF em janeiro de 2016, substituindo António Beça Pereira, que tinha apresentado a demissão. Foi inspetora coordenadora superior da carreira de investigação e fiscalização daquele serviço. Foi inspetora coordenadora superior da carreira de investigação e fiscalização daquele serviço.

Luísa Maia Gonçalves foi ainda responsável pelo Gabinete de Relações Internacionais e de Cooperação e pela Direção Central de Investigação, Pesquisa Análise e Informação.Sindicato considera saída "esperada e necessária"
A presidente do Sindicato dos Funcionários do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SINSEF) considerou hoje que a demissão da diretora do SEF era uma situação "esperada e necessária", referindo que o serviço "está em sangue".

"Não foi nada que não estivéssemos a aguardar. Quando foi a nomeação desta direção fomos muito entusiastas, mas o tempo encarregou-se de nos desiludir profundamente, a nós e a todos os funcionários do SEF", disse à Lusa Manuela Niza, presidente do SINSEF.

Segundo a sindicalista esta era uma situação "esperada e aguardada".

"Houve um arrastar de uma inércia que não de compadece com os dias de hoje, o serviço foi-se desgastando na opinião pública e na forma como se relacionou com os imigrantes e cidadãos estrangeiros", defendeu.

Manuela Niza afirmou que quem suceder no cargo vai encontrar um "serviço em sangue" e que vai ter muito trabalho pela frente.

"Esta saída era necessária e é necessário também que a próxima direção não incorra nos mesmos erros. O sindicato tem vindo a alertar a tutela da necessidade de ser alguém de fora, que não tenha uma noção de corporativismo que depois acaba por cair do erro de fazer do SEF uma mera polícia de migração", salientou.

C/Lusa
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