Ministra da Saúde no Telejornal. Marta Temido diz que confinamento tem "eficácia menos importante do que no passado"

por Alexandre Brito - RTP

A ministra da Saúde coloca para já de parte a possibilidade de um confinamento geral até porque já se percebeu, afirmou no Telejornal, que "tem uma eficácia menos importante do que no passado". Marta Temido garantiu ainda que a capacidade de internamento de doentes Covid está longe de estar esgotada.

"Enfrentamos esta fase com confiança", garantiu a ministra da Saúde. "Temos mais meios, mais recursos humanos e técnicos, mais organização e mais conhecimento", disse.

E deu alguns exemplos. Portugal tem neste momento mais "700 ventiladores do que tínhamos em março. Em termos de capacidade laboratorial fazíamos cerca de 3 mil testes por dia em março e agora temos feito 23 mil testes por dia".

Um dos grandes objetivos nesta fase, afirmou Marta Temido, passa por "melhorar a celeridade de deteção de casos e atenção àquilo que são patologias não Covid".

Sobre a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde, a ministra garantiu que está longe de qualquer rutura e deu, uma vez mais, um exemplo. "Das 500 camas que a Região de Lisboa e Vale do Tejo tem guardadas - entre aspas - nesta fase para resposta à covid, neste momento estão ocupadas 300".

Questionada sobre a possibilidade de o país regressar ao ponto de confinamentos locais, ou até mesmo gerais, a ministra da Saúde afirmou que têm "tentado ter medidas de precisão". Afirmou mesmo que em algumas "regiões do país já conseguimos dizer qual é o risco quase porta a porta".

"Já percebemos que o confinamento tem uma eficácia menos importante do que no passado", continuou. "Hoje todos os países estão a tentar afastar-se dessa ideia".
Não deixou no entanto de afirmar que as medidas serão sempre "proporcionais ao risco que enfrentarmos".

Ainda nesta entrevista ao Telejornal Marta Temido reconheceu que não tem sido possível dar sempre a melhor resposta no serviço ao telefone e admitiu que isso se deve em grande parte a um problema com as redes telefónicas que "estamos a tentar resolver. Estamos a investir na modernização tecnológica", afirmou, "com o reforço das linhas telefónicas e com o reforço da capacidade de atendimento".
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