Ministro da Defesa diz que Forças Armadas não podem combater os incêndios porque lei proíbe

Numa altura em que os incêndios não dão tréguas em Portugal continental, o ministro da Defesa afirma que as Forças Armadas não estão a combater os fogos porque "não podem combater fogos", uma vez que a lei proíbe mas garante que os militares "estão comprometidos no limite do seu esforço" nesta luta que considerou desigual. Em entrevista ao 360 da RTP3, Nuno Melo garante o Governo está a investir na aquisição de meios de combate, nomeadamente aviões, helicópteros e drones.

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"As Forças Armadas não estão a combater fogos porque não podem combater fogos, porque o Estado as retirou da equação e nos últimos tempos com este Governo e um bocadinho com o anterior quis-se alterar este paradigma para que o Estado tenha meios para ajudar no combate", afirmou Nuno Melo. 

"As Forças Armadas não podem fazer aquilo que não é da sua competência, não podem fazer aquilo que o poder político lhe retirou", explicou o ministro. 

Sobre o facto de Portugal ser o país do sul da Europa com menos meios aéreos para combater os incêndios e o pedido de ajuda ao Reino de Marrocos, Nuno Melo remeteu responsabilidades para a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

“Os meios que Portugal tem são definidos pela Proteção Civil, as Forças Armadas não têm nada que ver com isso, as Forças Armadas não definem aquilo que é utilizado no combate aos fogos", afirmou.   

O ministro da Defesa destacou ainda a aquisição pelo Estado de kits de incêndio e de dois aviões Canadair: “Eu gostava de lhe recordar que foi este Governo que adquiriu Canadair, até 2024 não tinha nenhum (...) fui eu que apresentei ao Conselho de Ministros a resolução que decidiu a aquisição de dois Canadair que vão chegar a Portugal". 

Questionado sobre as críticas feitas ao Governo na disposição de meios para o combate aos incêndios, o ministro da Defesa considerou que esta era uma luta desigual e relatizou as críticas uma vez que considerou que "as pessoas estão muito afetadas". Ajuda a Cabo Verde
Após as recentes tempestades que atingiram as ilhas de São Vicente e Santo Antão, em Cabo Verde, Portugal vai enviar um navio da marinha prestar assistência humanitária. 

“Portugal não podia deixar de ser o primeiro país a estar ao lado dos cabo-verdianos no momento de uma tragédia.", defendeu Nuno Melo.

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