Ministro da Defesa. Se CEMGFA não concordasse com medidas já tinha saído
O ministro da Defesa, em reação às recentes declarações do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) sobre a falta de pessoal nas Forças Armadas, afirmou que se este não concordasse com as medidas do executivo já tinha saído.
"O CEMGFA conhece o seu papel, que reside no cumprimento das medidas (definidas). Se ele chegasse à conclusão, que não chegou obviamente, que não pode cumprir essas medidas, então sairia. Mas não é essa a situação", disse João Gomes Cravinho.
Palavras do ministro da Defesa um dia depois de o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, em entrevista ao Público e Rádio Renascença, se ter queixado da falta de recursos humanos. Chegou mesmo a falar de uma "situação insustentável" nas Forças Armadas.
"Não há lugar para dramatismos, não há razão para dramatizar", respondeu hoje o ministro da Defesa. "Esta não é uma situação nova (a falta de militares). O Governo está a trabalhar nesta situação, que é complexa".
Gomes Cravinho dá como exemplos o plano de profissionalização, o melhoramento no recrutamento e o plano setorial para a igualdade. "Não podemos queixar-nos que não temos suficientes militares e esquecermos o recrutamento das mulheres".
Presente numa iniciativa para assinalar o Dia Nacional da Doação de Órgão e da Transplantação, na Base Aérea do Montijo, o ministro disse ainda que o papel das Forças Armadas é o "empenhamento nos planos que estão a ser trabalhados".
A falta de pessoas, acrescentou, é uma realidade com cinco anos que também afeta outros países europeus. Para logo insistir na ideia que "Portugal já encetou medidas que urgem ser implementadas".
"Em vez de nos preocuparmos em lastimarmo-nos devemos é deitar mãos à obra", disse Gomes Cravinho.
O ministro da Defesa considera ainda que estes assuntos devem ser discutidos "nos fóruns próprios" pela tutela.