Morreu o actor e encenador António Feio
O actor António Feio faleceu esta noite no Hospital da Luz, onde estava internado há alguns dias. Aos 55 anos, António Feio não conseguiu vencer o cancro no pâncreas contra o qual lutava há cerca de um ano.
Numa entrevista recente à Antena 1, o actor sublinhou que continuar a encenar lhe dava força para enfrentar a doença.
O actor defendeu que, apesar de "sempre" optimista, "às vezes" não estava a cem por cento, mas mantinha "o mesmo tipo de gozo" no trabalho que fazia, funcionando este como "uma válvula de escape".
António Feio morreu durante a noite de ontem, às 23H40, na unidade de Cuidados Paliativos do Hospital da Luz.
Quatro décadas de teatro
António Feio nasceu em Lourenço Marques a 6 de Dezembro de 1954. Aos sete anos veio para Lisboa.
Começou com o teatro ainda no liceu, pela mão da mãe, Ester, no Teatro Experimental de Cascais. Foi aí que em 1966 se estreou com a peça "O Mar", de Miguel Torga, na sequência de um convite do director daquele teatro, Carlos Avilez.
A partir de então começa a fazer peças de teatro na televisão, folhetins na rádio, publicidade e filmes, tendo mantido com José Pedro Gomes uma das mais conhecidas duplas do espectáculo em Portugal.
Além do Teatro Experimental de Cascais, onde se manteve por alguns anos, António Feio actuou no Teatro Aquarius, que fundou, na Cooperativa de Comediantes Rafael de Oliveira, no Teatro Popular-Companhia Nacional I, no Teatro S. Luiz, no Teatro Adoque, no Teatro ABC, na Casa da Comédia, no Centro de Arte Moderna, no Teatro Aberto, no Teatro Variedades, no Teatro Nacional D. Maria II e no Teatro Villaret.
"O que diz Molero" foi uma das suas encenações mais emblemáticas, bem como a "Conversa da Treta", sátira sobre a sociedade moderna, um dos últimos trabalhos do actor.
Em Março passado, recebeu do Presidente Cavaco Silva o grau honorífico de comendador da Ordem do Infante D. Henrique.