O Tribunal São João Novo, no Porto, decidiu ainda que a arguida deverá indemnizar o ex-companheiro em 36 mil euros pelas lesões "extremamente graves e permanentes" que lhe causou.

Na madrugada de 08 de setembro de 2015, a mulher pegou num machado e atacou o companheiro em casa, enquanto este dormia, desferindo-lhe vários golpes na cabeça, braços e mãos, cortando-lhe três dedos. Depois, a arguida deixou o homem a esvair-se em sangue e saiu de casa, trancando a porta.

Fechada em casa, a vítima arrastou-se pela casa e pegou num telemóvel para pedir ajuda. Os Bombeiros de Valongo entraram pela janela para socorrer o homem, transportando-o para o Hospital São João onde os médicos ainda lhe conseguiram recuperar dois dos três dedos cortados.

O juiz presidente classificou os atos de "extrema violência", referindo que a mulher, de 50 anos, premeditou, pensou e sabia o que estava a fazer, não tendo acreditado na sua versão dos factos.

"Há aqui uma série de situações que não batem certo, as suas desculpas não são verdadeiras", salientou.

Para o magistrado, a mulher atacou o companheiro "à traição", quando ele estava a dormir e deixou-o ferido em casa, não lhe prestando auxílio.

Durante o julgamento, que começou a 13 de outubro, a mulher contou que se davam "muito mal" e que o marido a "maltratava", obrigando-a a prostituir-se, atividade que ela assumiu que exercia.

"Tentou matar-me três ou quatro vezes nos últimos anos", relatou.

Por esse motivo, a arguida adiantou que apenas o queria assustar para ele não lhe voltar a fazer mal.