Município reforça meios para recolher carpas mortas na Barragem de Lucefecit

Alandroal, Évora, 04 Jun (Lusa) - O município de Alandroal reforçou hoje os meios no terreno para recolher as carpas que estão a aparecer mortas na Barragem de Lucefecit, que totalizam já as sete toneladas, disse à Lusa o vereador do Ambiente.

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"No total, desde a semana passada, já devemos ter recolhido umas sete toneladas de carpas mortas, mas não sei quando é que o trabalho irá terminar porque continua a aparecer nas margens mais peixe morto da mesma espécie", disse Joaquim Galhardas.

Na terça-feira, a Câmara Municipal tinha no terreno duas retroescavadoras, juntamente com vários funcionários, tendo reforçado hoje estes meios.

"Temos mais uma retroescavadora a trabalhar e uma equipa de quatro homens", adiantou, precisando que, no global, a operação de remoção do peixe morto concentra "cerca de uma dezena de funcionários" camarários.

Além disso, estão também no terreno brigadas do Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente (SEPNA) da GNR a recolher os peixes, tendo já efectuado análises aos animais mortos e à água, sem que tenham sido detectados "químicos ou intoxicação".

O município está a enterrar o pescado recolhido em terrenos limítrofes à albufeira, com autorização dos proprietários, para evitar o "mau cheiro e o apodrecimento das carpas na água".

Peixes mortos e amostras de água foram enviadas para um laboratório veterinário em Lisboa, por iniciativa da câmara, que aguarda os resultados e enviou hoje novas carpas para análise.

"Estamos a aguardar resposta do laboratório e vamos reforçar as amostras que enviámos com mais peixe, para ver se é apurada a causa da mortandade", disse o vereador do Ambiente.

Joaquim Galhardas garantiu ainda à Lusa que, do seu conhecimento e das conversas mantidas com habitantes da zona, "ninguém se lembra de, antes, algo semelhante na Barragem do Lucefecit".

As autoridades estão inclinadas a atribuir a elevada mortandade das carpas, que estão em época de desova, à "baixa temperatura" da água, facto este que é anómalo para esta altura do ano, explicou terça-feira à Lusa fonte do SEPNA.

As carpas começaram a aparecer mortas, segundo o vereador, na terça-feira da semana passada, altura em que a Associação de Beneficiários do Lucefecit, entidade responsável pela rega a jusante da infra-estrutura, confirma ter informado as autoridades, acrescentou à Lusa o presidente da estrutura, Gonçalo Morais Tristão.

Fonte da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDR-Alentejo) afirmou à Lusa que, "com base na observação e nos resultados preliminares da qualidade da água, considera-se que a causa da mortalidade de peixes não estará associada a uma degradação da qualidade da água da albufeira".

A CCDR adianta que "possa existir uma doença que afecte especificamente as carpas", não sendo, no entanto, da sua competência técnica a identificação da patologia que está a matar aquela espécie.

A mesma entidade admite ainda a existência de uma "elevada carga piscícola" no Lucefecit, o que pode provocar a deslocação de "determinada população piscícola para níveis mais profundos, onde a concentração de oxigénio dissolvido é bastante baixa, com a consequente mortandade por asfixia".

A barragem não é utilizada para abastecimento público, mas sim para rega, sendo ainda permitidas actividades de lazer como a pesca, a vela, o windsurf e o ski.

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