Não há plano do Governo que trave a especulação no arredamento

por Antena1

Foto: Antena1

Arrendamento: há especulação e preços vão continuar a subir devido à falta de casas, nem o plano do governo pode travar esta tendência.

O presidente da APEMIP, Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal, Paulo Caiado, não tem dúvida que os preços dos arrendamentos vão subir, independentemente do plano apresentado pelo governo e admite que há especulação, sobretudo nas grandes cidades.

Este movimento de aumento de preços é resultado da escassez da oferta, mas também de um aumento acentuado da procura por imigrantes que tem chegado ao país. Em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios, Paulo Caiado, recorrendo aos dados sobre o crédito hipotecário, conclui que não deverá haver um aumento significativo de venda de casas em segunda mão, como consequência do aumento das taxas de juro e da inflação.

Aliás, até prevê que haja um adiamento das intenções de compra. Mas isso não significa uma redução do preço das casas. Só haverá redução do preço das casas com uma redução significativa da procura, o que não é expectável.

De acordo com o presidente da APEMIP, os elevados custos da construção vão continuar a refletir-se nos preços e na escassez de casas a construir. O que não pode acontecer, segundo Paulo Caiado, é uma desvalorização dos imóveis. O presidente da APEMIP concorda que seja necessário o Estado intervir para estimular a oferta, mas recusa que seja necessário reduzir o preço das casas, uma vez que se trata, a maior parte das vezes, da única reserva de valor das famílias. Para Paulo Caiado reduzir o preço das casas "é tornar os portugueses mais pobres".

Quanto ao sector, admite que haja empresas a fechar porque o consumidor é mais exigente e "não haverá espaço para todos". E até considera que "é bom que o mercado selecione" quem deve ou não continuar. Neste sentido, rejeita e considera reprovável a utilização de técnicas consideradas agressivas na venda dos imoveis e defende que passe a existir formação obrigatória, feita através da Associação, para a função de mediador, tendo em vista garantir maior qualidade na prestação do serviço.

Entrevista conduzida por Rosário Lira (Antena1) e Sara Ribeiro (Jornal de Negócios).

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