País
"Não se justificam medidas extra". Peste suína africana não gera preocupação em Portugal
Perante os casos detetados em Espanha, a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária afirma que não há necessidade de medidas extraordinárias além da vigilância habitual na prevenção da peste suína africana.
Mesmo sem existir motivo para alarme, a diretora-geral Susana Pombo refere que é preciso estar atento e que o problema no país vizinho está a ser abordado junto dos suinicultores portugueses.
O último caso detetado em Portugal foi em 1999, enquanto que em Barcelona, na região espanhola de Catalunha, foram registados nove javalis mortos que estavam infetados com peste suína africana.
"Neste momento não se justifica a adoção de medidas extra", refere Susana Pombo em declarações à Antena 1, havendo um "um incremento nas ações de comunicação" em que "os suinocultores e os caçadores devem estar despertos para esta situação".
A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) já tinha deixado ontem conselhos: apela ao cumprimento das medidas de segurança nas explorações, à limpeza e desinfeção dos veículos, e à adoção de boas práticas de caça em Portugal. Sugere também que sejam eliminados corretamente os subprodutos, recordando que a alimentação de porcos com lavaduras, restos de cozinha e de mesa é proibida.
Além da vigilância habitual, a DGAV está a verificar o comércio feito de produtos suínos entre Portugal e a Catalunha, sem que tenha sido detetado qualquer caso.
"Em regra, esta doença pode ter um período de incubação em média de dez dias, mas pode ir até 20", explica Susana Pombo, pelo que "o que estamos a fazer é exatamente, sensivelmente, três semanas para trás do reporte do foco verificar todas as trocas comerciais que porventura tenham acontecido".
"Não há nenhum motivo para preocupação da análise que fizemos", explica.
Está suspenso o comércio de animais na zona onde foi registado o foco, em Cerdanyola del Vallés. Foi criado um raio de 20 quilómetros em redor da área do foco, além de ter sido suspensa a caça e deslocados para o local mais de duas centenas de agentes para garantir a descontaminação dos locais.
O ministro espanhol da Agricultura, Pescas e Alimentação, Luis Planas, disse ontem, citado pela RTVE, que "o mais provável" é que venham a ser detados mais casos entre os 40 javalis mortos na zona onde na semana passada se detetaram os primeiros casos. Ainda se desconhece a origem do foco registado em Espanha.
O vírus da peste suína africana não é transmitido a seres humanos, mas é considerado altamente contagioso e mortal entre javalis e suínos.