Negociações com professores serão norteadas pela "transigência" e "sustentabilidade", afirma ministro

por Lusa
Paulo Cunha - Lusa

O ministro da Educação disse hoje que o Governo voltará "atempadamente" às negociações com os sindicatos dos professores, com "boa fé negocial" e "transigência", tendo salvaguardado que a "sustentabilidade financeira" estará sempre nas prioridades a ter em conta.

 "Voltaremos às negociações atempadamente e, nesse sentido, o Governo voltará às negociações de forma responsável, sempre com transparência, e com a boa fé negocial que demonstrou durante toda esta legislatura, acreditando também que a concertação é importante", disse hoje aos jornalistas o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, á margem de uma visita às obras de requalificação da EB 2,3/S Dra. Judite Andrade, em Sardoal, no distrito de Santarém.


Nesse sentido, continuou, "o Governo também voltará às negociações tendo em conta, sempre, a sustentabilidade financeira, que é algo que também tem estado sempre nas nossas prioridades".

Sem precisar quando serão retomadas as negociações sobre a recuperação de tempo serviço congelado dos professores, Tiago Brandão Rodrigues disse ainda que o Governo "negoceia com as organizações sindicais e, nesse sentido, irá sempre para as negociações com boa fé negocial, com transparência, com abertura e transigência, como foi sempre", insistiu quando questionado sobre a disponibilidade do executivo para alterar a sua proposta.

"Também aconteceu um ano de negociações e nesse ano de negociações foi feito caminho", notou.

O ministro da Educação referiu que "o Governo foi transigente, e avançou relativamente ao que era a sua proposta inicial", tendo lembrado que "o Orçamento de Estado de 2018 não contemplava nenhum tempo" de recuperação de serviço e "também as equidades das outras carreiras da função pública avançaram para dois anos, nove meses e 18 dias".

"Nesse sentido, fomos também confrontados com a intransigência dos sindicatos e o resto da história é conhecida de todos", concluiu.

Mais de um ano depois do início das negociações sobre recuperação do tempo de serviço congelado, Governo e sindicatos não chegaram a acordo e o executivo avançou sozinho com uma proposta de recuperação de tempo de serviço que foi vetada no dia 26 de dezembro pelo Presidente da República, exigindo mais diálogo.

Os professores recusam qualquer proposta que retire tempo aos nove anos, quatro meses e dois dias de serviço e o Governo diz só existir capacidade financeira para recuperar dois anos, nove meses e 18 dias.

No último ano, houve greves, manifestações, protestos e acusações dos dois lados de falta de cedência.

 

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