Número de casos de sarampo confirmados sobe para 36

por RTP
Reuters

O número de casos de sarampo confirmados no surto do norte do país subiu para 36. Destes, 28 casos são de profissionais de saúde. Uma pessoa permanece internada. Ao todo, os dados da Direção-Geral da Saúde indicam que há 87 casos reportados desde o dia 9 de março.

Dos casos que estão confirmados, 22 referem-se a pacientes do sexo feminino e 14 do sexo masculino. Um doente permanece internado. A maioria dos doentes são enfermeiros, médicos e auxiliares com ligações ao Hospital de Santo António no Porto, onde começou o surto.

No comunicado enviado às redações, a Direção-Geral da Saúde informa ainda que, até às 12 horas do dia 17 de março, foram administradas 890 doses de vacina contra o sarampo a profissionais do Hospital de Santo António.

A DGS recorda que o vírus do sarampo é “transmitido por contacto direto com as gotículas infeciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infetada tosse ou espira”. “Os doentes são considerados contagiosos desde quatro dias antes até quatro dias depois do aparecimento da erupção cutânea”, assinalam as autoridades.

A instituição liderada por Graça Freitas relembra que os sintomas tendem a aparecer entre a dez a 12 dias depois da infeção e que “começam habitualmente com febre, erupção cutânea, tosse, conjuntivite e corrimento nasal”.

As autoridades recomendam aos cidadãos que verifiquem se têm as vacinas em dia e, se necessário, para que as pessoas se vacinem a si e aos seus. A DGS pede que quem teve em contacto com um caso suspeito de sarampo ou tenha sintomas da doença contacte a linha SNS 24 através do 808 24 24 24. A DGS disponibiliza ainda um site com informação sobre a doença, disponível aqui.
Marcelo apela à vacinação
Este sábado, o Presidente da República defendeu que, apesar de não ser obrigatória, a vacinação é "fundamental", apelando a que os portugueses façam a vacina contra o sarampo, sobretudo crianças e jovens.

"Não é possível haver vacinação obrigatória, mas é muito importante que muitos portugueses percebam a importância da vacina", sublinhou o Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa disse que "houve uma moda respeitável," mas que não deixou de ser "uma moda" entre as pessoas que hoje estão entre os 30 e os 50 anos de idade que entediam que as vacinas tinham efeitos colaterais.

"Ora está provado que a vacinação tem um papel fundamental neste tipo de doenças e, portanto, se eu posso fazer um apelo sem que isso seja obrigatório para ninguém, é o apelo no sentido de vacinarem, a começar pelas crianças e pelos jovens", defendeu o Presidente, referindo-se à vacina do sarampo.

Isso é mais importante do que saber "se cabe ou na Constituição" a obrigação de vacinar, disse ainda o Presidente da República, lembrando que ele próprio já deu o exemplo, com a vacina contra a gripe.

"Já tive sarampo quando era criança, mas se fosse mostrar que era necessário fazer vacina contra o sarampo, eu faria a vacina contra o sarampo", declarou Marcelo.
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